quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Professores usam redes sociais para atrair participação dos alunos

No momento em que os jovens estão cada vez mais envolvidos com redes sociais, professores buscam maneiras de tornar a internet, vista por muitas escolas como um problema, uma ferramenta para auxiliar na educação. O objetivo destes educadores é tornar os alunos protagonistas do processo de aprendizado.
Para o educador do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, Alexandre Le Voci Sayad, poucas vezes o aluno tem espaço para dar sua opinião, mas as redes sociais se tornaram uma extensão da sala de aula onde a participação do estudante é bem-vinda. "O que faz a diferença é você parar de dar soco em ponta de faca, de achar que tudo que o jovem faz é errado. O desafio como educador é pegar o que faz sentido para o jovem e potencializar", diz.
Com o uso das redes sociais, há um envolvimento maior dos alunos, segundo o professor Paulo Cesar Campos da E.M.E.F. Ângela Cury Zakia, em Campinas (SP). Ele acredita que, quando o estudante começa a usar plataformas digitais como o Facebook, usando a sua linguagem, ele quer produzir, não apenas compartilhar publicações de outros. O professor ressalta ainda a importância de haver uma educação digital, que guie os alunos na navegação, com indicações de sites para pesquisa.
"Quando a gente pensa a educação, é claro que prezamos por coisas que são tidas como tradicionais, mas eu acho interessante quando o aluno deixa de ser só ouvinte e passa a ser participante", afirma o professor Ivan Ignácio Pimentel, do Colégio Marista São José, na Tijuca, Rio de Janeiro. Pelas redes sociais, o educador acredita poder avaliar o comportamento dos alunos em grupo e identificar espírito de liderança em alguns deles.

Iniciativa municipal capacita alunos e professores
Paulo Cesar Campos é professor de artes e orientador do Projeto Aluno Monitor na E.M.E.F. Ângela Cury Zakia, iniciativa da Prefeitura Municipal de Campinas. O objetivo do projeto é capacitar estudantes para atuar como monitores na sala de informática das escolas, auxiliando colegas e professores, fazendo publicações em blogs e no YouTube. O professor participou de um curso de formação oferecido pela prefeitura para capacitar os monitores.
Em suas aulas, Campos também utiliza as redes sociais, tirando dúvidas e acompanhando a realização de trabalhos online. "Não aplico uma aula para os alunos do 6º ao 9º ano sem usar multimídia, pois, dependendo da discussão, posso facilmente acessar um vídeo sobre o assunto, abrir sites de pesquisa, blogs e fóruns de discussão", conta.
Em parceria com a professora Eliane Lucy Marcelino, alfabetizadora da turma, o professor de artes realizou uma atividade com os alunos do 4º ano. Eles pesquisaram músicas e textos em sites indicados e gravaram vídeos com encenações de fantoches. Projetos semelhantes são realizados com outras turmas, em que são feitas pesquisas sobre diferentes assuntos e, em seguida, gravados vídeos. Para ele, a rede é entretenimento e trabalho, por isso "é preciso ensinar os alunos a utilizar a internet sem preconceitos em relação ao seu uso como forma de expressão".
Fonte: Terra

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