O Dia Internacional da Alfabetização (8 de setembro) é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre a evolução da Educação no Brasil e avaliarmos se estamos progredindo ou se ainda temos muito caminho a trilhar.
Segundo resultado da inédita Avaliação Brasileira do Final do Ciclo da alfabetização, conhecida como Prova ABC 43,9% dos estudantes brasileiros deixam o ciclo de alfabetização sem aprender o que deveriam em leitura. Em matéria de escrita, 46,6% não têm o desempenho esperado.
Em matemática, os números são ainda piores: 57,2% dos estudantes do país não conseguem fazer contas básicas de soma e subtração. Afinal, qualquer nação em que a população, principalmente a jovem, é formada por analfabetos ou semianalfabetos está fadada a manter um baixo desenvolvimento econômico e político.
Essa constatação é facilmente verificada num breve comparativo. De acordo com levantamento apresentado no final de 2010 pelo movimento Todos pela Educação, somente 11% dos estudantes terminam o ensino médio com o conhecimento adequado em matemática e 28% aprendem o que deveriam sobre língua portuguesa.
Esses dados mostram o quanto a Educação no ensino fundamental e médio ainda é deficitária. Preparamos mal nossas crianças e adolescentes, que, não raramente, saem do ensino médio sem conseguir escrever um texto com início, meio e fim.
Os professores desses níveis são pouco valorizados, ganham salários muito baixos e os incentivos para o aperfeiçoamento profissional são quase nulos.
A Finlândia, por exemplo, tem investimento público em Educação em relação ao PIB de 6,1%. É a nação com o menor índice de corrupção no mundo, garantindo que o aproveitamento dos recursos públicos seja ainda maior. Todos os níveis Escolares são gratuitos e obrigatórios na faixa dos 7 aos 16 anos.
Existem cerca de 20 universidades e 29 institutos de ensino superior com uma frequência aproximada de 135 mil estudantes, em um país com cerca de 5,2 milhões de habitantes. Conta ainda com um dos melhores índices de qualidade de vida do mundo.
No Brasil, com quase 200 milhões de habitantes, o número de universidades públicas é pouco mais de 120 e apenas 3,9% do PIB é investido em Educação.
Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), nosso país perde US$ 3,5 bilhões por ano por fraudes públicas. Tanto dinheiro, se fosse direcionado à Educação, traria benefícios em médio prazo para o país.
É somente por meio de uma Educação de qualidade que a tão sonhada e discutida distribuição de renda poderá de fato acontecer.
Programas sociais por si sós de nada adiantam, uma vez que não garantem o desenvolvimento contínuo da economia, não instruem as pessoas a serem cidadãos pensantes nem estimulam o crescimento pessoal e profissional delas.
População educada é população pensante, que conhece seus direitos e deveres. Quem ganha com isso é o país, por aumentar a mão de obra qualificada e, consequentemente, mais bem remunerada e com poder aquisitivo maior.
Quando o país alcança níveis altos de escolaridade, como no caso da Finlândia, é possível, comprovadamente, reduzir a violência e melhorar os índices relacionados à saúde.
País com Educação de qualidade, acessível e gratuita em todos os níveis é sinônimo de país desenvolvido. Apenas quando tomarmos consciência desse fato é que vamos realmente conseguir fazer do Brasil um país verdadeiramente de todos.
Estado de Minas (MG)
Nenhum comentário:
Postar um comentário