segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Estabelecer regras facilita a readaptação na retomada das aulas

Quando iniciamos algo, dependendo de como fazemos, já imprimimos um ritmo e um tom. Existe um ditado popular que faz alusão a essa ideia de começo e para que as coisas deem certo: “começar com o pé direito”. Quando alguém está com um projeto novo, é comum recomendarem para que se comece com o pé direito. Não é continuar ou terminar, é começar.
Penso que vale também para retomar. O que não deixa de ser um reinício. Como é o caso do retorno às aulas.
O início ou reinício das aulas é sempre um bom momento para algumas coisas serem colocadas para as crianças e os próprios pais. Algumas regras que podem ajudar uns e outros a se organizarem para o ano letivo. Aspectos do cotidiano e que geralmente viram bolas de neve no relacionamento dessa dupla.
Uma dessas coisas refere-se ao horário. Para os que estudam de manhã, acordar cedo pode ser um grande transtorno e momento de muito estresse. Ter um horário previamente combinado de dormir pode ajudar.
Assim como ter claro o de acordar (o que deve ser bastante conversado com a criança), momento que deve ser feito com calma e tempo – nada de acordar o pequeno na correria para que o dia não continue assim. Na hora de ir para a cama, o ideal é que a casa esteja calma, mesmo que os pais ainda não foram dormir. Do contrário, as crianças ficarão excitadas, desejando ficar junto dos pais.
Para os que estudam à tarde, é interessante reservar um tempo tranquilo para o almoço. Os pequenos costumam demorar para fazerem as refeições – não os apressem. De preferência, que sobre um tempinho para que façam a digestão antes de irem para o colégio. É necessário que esse seja um horário também combinado previamente. E controlado pelo adulto.
Outra coisa que costuma gerar conflito é a organização do material. Parece algo sem importância, mas não é. Sem o material em ordem, o desempenho do aluno em sala de aula pode ficar prejudicado. A falta de um simples lápis grafite pode atrapalhar. É importante estabelecer a rotina de verificar se o material necessário para as próximas aulas está completo.
A princípio, o adulto junto com a criança e depois, à medida que ela cresce e vai se tornando independente, ela sozinha – o adulto apenas lembrando-a disso.
A lição também é algo que geralmente causa problemas. Depois de horas na escola, chegar a casa e continuar a estudar não é nada atrativo. Ainda mais para os alunos daquelas escolas que erram a mão e exageram na quantidade de tarefas. E sobra para os pais não só ter que convencê-los a terem que fazê-la, como muitas vezes ensiná-los.
Lição de casa é obrigação, como ir para a escola, e não tem discussão. A criança pode não querer fazê-la – é seu direito – ela pode dizer isso e podemos ouvi-la. Mas tem que fazer. Por isso um horário também tem que ser combinado, para que ela se dedique diariamente a realizar a lição – sempre antes de brincar.
Estabelecendo com os pequenos essas regras para o dia a dia na escola, pode-se facilitar as coisas não só para elas, mas para os pais também. Ajudando-as a desenvolverem hábitos de organização no tempo e no espaço.
Sem que se tenha, é claro, a ilusão que os problemas cotidianos da escola estejam resolvidos. Isso é algo que é construído, não é nato e não se dá do dia para a noite. Como diz outro ditado: “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
Que todos tenham um ótimo semestre letivo!
Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga, in: G1

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