A Secretaria Estadual da Educação do Rio Grande do Sul (SEC) apresentará, nos próximos meses, um plano de reformulação do ensino médio que prevê aproximação com o mercado de trabalho e ampliação da carga letiva anual de 800 para mil horas em 2012. No tempo excedente, no turno inverso e fora da Escola, os alunos fariam pesquisas sobre atividades profissionais.
O projeto estabelece ainda uma participação decrescente das disciplinas tradicionais como português e matemática entre o 1º e o 3º ano.
Embora a proposta ainda esteja sujeita a debates, o plano inclui dar a todos os alunos uma visão prática do mercado de trabalho. Por isso, dedicariam 200 horas do ano a fazer uma pesquisa de campo sobre uma atividade profissional a sua escolha.
– Se o interesse do aluno é química, poderá fazer projeto em uma indústria dessa área. Nossa intenção é utilizar o trabalho como princípio educativo – exemplifica o secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo.
Essa espécie de estágio deverá se desenvolver por meio de visitas ao ambiente de trabalho, pesquisas complementares e aulas em que será auxiliado por um professor-orientador. A cada ano, o estudante poderia aprofundar o seu tema ou trocá-lo por outro. A justificativa é estancar a debandada de alunos.
– Anualmente, a evasão e a repetência somam cerca de 30%. Mas há regiões em que chega a 50% – observa o diretor do Departamento Pedagógico da SEC, Sílvio Rocha.
O currículo também seria diversificado. A carga horária do ensino médio nos três anos reservaria 1,2 mil horas para a chamada formação geral (que incluiria as disciplinas tradicionais) e outras 1,2 mil para a formação diversificada – temas de preferência de cada Escola, como saúde, ambiente ou cultura.
A ideia é dedicar mais horas de aula à formação geral no 1º ano, e diminuir a participação das disciplinas tradicionais no 2º e no 3º anos.
Essas mudanças começariam em 2012 pelas turmas de 1º ano de todas as cerca de 900 Escolas de ensino médio. As 150 Escolas que combinam ensino médio e Ensino Técnico também sofreriam mudanças.
Hoje, os alunos fazem o currículo tradicional em um turno, e o técnico no outro, como dois cursos diferentes. A nova modalidade se chamaria ensino médio Integrado e uniria as disciplinas de formação geral às técnicas em um único curso.
Marcelo Gonzatto, in: Zero Hora (RS)
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