AMADO FILHO DA BAHIA
Lá se foi o Jorge Amado.
Dessa vez foi para sempre.
Morre o corpo, fica o espírito
muito vivo entre a gente.
Suas obras inesquecíveis
falam de um povo sofrido,
de amores fortes intensos
e até picantes vividos;
terreiros de candomblé,
igrejas e bons saraus,
lavagens de escadarias,
poesias no varal;
os pescadores mais simples,
a vida nos cabarés,
as festas de casamento,
das quengas aos coronéis;
a sorte no realejo
tirada pela donzela,
de um periquitinho verde,
dizendo só para ela:
"Quem quiser escolher noivo,
escolha pelo chapéu.
Se usar chapéu de banda,
não queira que é tabaréu."
Celebridade em vida,
defendia o social,
a solidariedade,
a igualdade universal.
Mestre do bom humor e
um homem simples do povo.
Anjo da Guarda dos negros,
sonhando com Brasil novo.
Fonte de inspiração
para filmes e novelas,
minisséries tão famosas,
Tieta foi uma delas.
São seus livros: Mar Morto,
O País do Carnaval,
ABC de Castro Alves,
Terras do sem Fim, Cacau,
Os Pastores da Noite e
Suor e Jubiabá,
O Gato Malhado e
A Andorinha Sinhá,
Tenda dos Milagres e
Os velhos Marinheiros,
Capitães da Areia e
outros livros do guerreiro.
Paris refúgio no exílio,
substitui a Bahia,
Novo berço do escritor,
cheio de luz e magia.
Amado amou sua terra,
cantou e contou seus ais.
Amou demais a parceira,
a grande Zélia Gattai.
Heloisa Crespo
Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001)
Nenhum comentário:
Postar um comentário