sábado, 6 de agosto de 2011

Parada Poética - 02

AMADO FILHO DA BAHIA

Lá se foi o Jorge Amado.
Dessa vez foi para sempre.
Morre o corpo, fica o espírito
muito vivo entre a gente.

Suas obras inesquecíveis
falam de um povo sofrido,
de amores fortes intensos
e até picantes vividos;

terreiros de candomblé,
igrejas e bons saraus,
lavagens de escadarias,
poesias no varal;

os pescadores mais simples,
 a vida nos cabarés,
as festas de casamento,
das quengas aos coronéis;

a sorte no realejo
tirada pela donzela,
de um periquitinho verde,
dizendo só para ela:

"Quem quiser escolher noivo,
escolha pelo chapéu.
Se usar chapéu de banda,
 não queira que é tabaréu."

Celebridade em vida,
defendia o social,
a solidariedade,
a igualdade universal.

Mestre do bom humor e
um homem simples do  povo.
Anjo da Guarda dos negros,
sonhando com Brasil novo.

Fonte de inspiração
para filmes e novelas,
minisséries tão famosas,
Tieta foi uma delas.

São seus livros: Mar Morto,
O País do Carnaval,
ABC de Castro Alves,
Terras do sem Fim, Cacau,

Os Pastores da Noite e
Suor e Jubiabá,
O Gato Malhado e
A Andorinha Sinhá,

Tenda dos Milagres e
Os  velhos Marinheiros,
Capitães da Areia e
outros livros do guerreiro.

Paris refúgio no exílio,
substitui a Bahia,
Novo berço do escritor,
cheio de luz e magia.

Amado amou sua terra,
cantou e contou seus ais.
Amou demais a parceira,
a grande Zélia Gattai.
                          
Heloisa Crespo

Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001)

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