À medida que o governador Tarso Genro vai explicitando suas pretensões para o magistério, chamando a atenção para a profundidade das mudanças e para a intenção de implementá-las já a partir do próximo ano, cresce a importância de a sociedade se engajar nesse debate.
Uma Educação de qualidade, como a que o Estado pretende resgatar e mesmo aprofundar, depende antes de mais nada da vontade coletiva de alcançá-la, com base em metas objetivas, e na disposição de se mostrar mais maleável a inovações. É o caso da avaliação por mérito, defendida pelo atual governo, cujos resultados precisam contemplar os professores, mas principalmente os alunos.
Na concepção inicial do governador, as mudanças seriam debatidas ao longo do segundo semestre, a tempo de entrarem em vigor já no próximo ano. A ideia é combinar mais recursos para o ensino com a exigência de valorização do mérito dos professores.
Avanços na Educação dependem, em grande parte, de dotações em volume que permitam condições físicas adequadas às escolas, particularmente às salas de aula, e remuneração condizente para os professores. É justo que a valorização dos educadores leve em conta no mínimo a habilitação e o envolvimento de cada profissional.
Preocupado em se antecipar às rejeições motivadas por temores de insucesso da inovação, o governador anunciou como parâmetro o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, que hoje já serve de modelo para outros países. E promete uma combinação de avaliação interna com externa.
Mudanças dessa abrangência devem ser antecedidas de uma discussão ampla, que não podem se restringir ao governo e ao magistério. Precisam incluir sobretudo as pretensões dos alunos, pois são os que irão mostrar mais à frente se os objetivos foram ou não alcançados.
Zero Hora (RS)
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