segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lousa digital leva mais tecnologia para a sala de aula

A tecnologia que tanto causa fascínio em crianças e adolescentes começa a chegar à rede pública paranaense. Em algumas Escolas municipais do estado, o giz e o quadro-negro perderam espaço para a lousa digital, um suporte interativo em que o professor pode escrever, reproduzir vídeos e acessar a internet em tempo real.
Ibiporã, no Norte do estado, e Matinhos, no litoral, são alguns dos pioneiros na implantação do sistema na rede pública municipal. Em breve, as lousas também estarão funcionando em Tibagi e Foz do Iguaçu. Em Matinhos, as lousas foram instaladas em salas específicas para que alunos de todas as séries possam usá-las. Em outras cidades, como Tibagi, onde há apenas cinco Escolas municipais, todas as salas de aula estão com o equipamento.

Avanço é visto com ressalva
A presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação no Paraná (Undime), Cláudia Maria da Cruz, diz que ainda são poucas as Escolas municipais da rede pública que usam a tecnologia. Para ela, as lousas podem sim fazer a diferença nas aulas e constituem um importante instrumento para o ensino.
No entanto, os municípios precisam investir na formação de professores – inclusão digital – e em uma política focada em outras frentes, incluindo a alfabetização e a construção coletiva de propostas pedagógicas. “No Paraná, ainda existem Escolas com instalações precárias e problemas de transporte. Por isso, a lousa digital não seria uma priorida de para muitos desses municípios”, salienta. 
Apesar de ainda não fazer parte da realidade da maioria das Escolas paranaenses, os quadros digitais fazem a diferença onde são usados. Ibiporã adotou a tecnologia no ano passado. A prefeitura se inspirou no município paulista de Campo Limpo, onde as lousas foram implantadas em todas as Escolas do ensino fundamental.
A Secretária de Educação de Ibiporã, Miriam Medre Nóbrega, diz que o investimento para a aquisição do kit (lousa e data show) – que custou cerca de R$ 350 mil – partiu do próprio município. Hoje são 40 lousas em funcionamento nas 13 Escolas municipais nas salas de 3.ª e 4.ª séries.
Para manusear as lousas, os professores passaram por um treinamento, feito por uma empresa terceirizada, durante um ano. O conteúdo das aulas é preparado pelos próprios professores e adaptado ao suporte. Apesar de a tecnologia ser a principal atração na sala de aula, o quadro negro ainda é usado quando necessário. 
A professora Angela Alves Ferreira Guerra, que ministra aulas com a lousa desde o ano passado, diz que a diferença é notória. “Os alunos sentem-se mais motivados, ficam mais atenciosos”, diz.
Angela conta que nas primeiras semanas em que o equipamento foi instalado os alunos chegaram a ficar eufóricos. Na avaliação da professora, o instrumento é motivante para os estudantes porque eles respondem bem a estímulos auditivos e visuais.
O município de Tibagi, que tem 19 mil habitantes, adquiriu 71 lousas. Cada sala terá uma, incluindo a dos distritos Caetano e São Bento. A empresa fornecedora do material se encarregou de treinar os professores para a lousa começar a ser usada no próximo dia 5 de agosto. No kit do produto – com lousa, notebook e multimídia – também já vem incluído um software com aulas prontas. 

Pré-escola
Em Matinhos, desde o ano passado, oito lousas estão sendo utilizadas por alunos da pré-escola ao 5.° ano. Os quadros digitais estão nas oito Escolas municipais. Segundo a secretária de Educação, Alda Mara Corrêa, a qualidade do ensino melhorou e as crianças ficaram mais estimuladas. “É interessante presenciar para ver a empolgação”, diz.
Em Foz do Iguaçu, a prefeitura vai receber 70 lousas do Mi­­nistério da Educação (MEC). A intenção do município é instalar o aparato nas salas da 4.ª série com intuito de recuperar eventuais deficiências dos alunos antes deles passarem para o ensino fundamental. Cada uma das 32 Escolas municipais terá de uma a três lousas.
O prefeito Paulo Mac Donald, entusiasta da ideia, diz que parte do conteúdo será extraído de um site do indiano naturalizado americano, Salman Khan. No site, há inúmeras aulas que podem ser baixadas gratuitamente.
A coordenadora de alfabetização de Foz, Lilian Diesel, diz que apesar do uso da lousa, o planejamento não vai deixar de existir. “A tecnologia entra na sala como facilitador de ações, mas não substitui o professor”, esclarece.

Particular
Na rede particular não existem estatísticas para mensurar o quanto a lousa digital vem sendo utilizada. No Paraná, o aparato não é novidade. Algumas Escolas particulares já usam a lousa há mais de quatro anos. Os mais recentes investimentos das Escolas privadas são em netbooks e tablets. As instituições de ensino da rede estadual, por sua vez, não dispõem de lousa digital.

Gazeta do Povo (PR)

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