O Brasil vive um sórdido entrave para o desenvolvimento da educação: o desinteresse dos alunos pela escola pública brasileira. Trata-se de um desleixo que promove evasão escolar e reprovação.
Estes componentes desembocam na baixa escolaridade do País. Hoje, nossa média gira em torno de 7,5 anos de estudo, o que tem provocado um sério problema ao crescimento. Sem falar que esse episódio expurga o bom IDH e puxa o PIB para baixo.
A Constituição prevê nove anos de escolaridade mínima aos brasileiros, uma exigência acanhada para os padrões internacionais e que está previsto apenas 12 meses após a copa de 2014. Para ilustrar, na Austrália, que apresenta o segundo melhor IDH mundial, a expectativa de escolaridade é de 20,6 anos. O Brasil ocupa a 73ª posição. Com o suporte do Fundeb a expectativa de escolaridade sugere 13,8 anos de estudos.
Enquanto não chegamos lá, os menos favorecidos são atingidos diretamente. Os negros aproximam-se dos dois anos a menos de estudo em relação aos brancos.
A sociedade urbana tem em torno de quatro anos a mais de estudo do que a população rural. Os 20% mais pobres no Brasil alcançam apenas 5,5 anos de estudo. Enquanto para os 20% mais ricos, a média de anos de estudo salta para 10,7 anos. Não esquecendo o distanciamento desses números na escala interregional.
Sofrem, também, os contribuintes com a alta carga tributária, diante da economia subterrânea alimentada pela informalidade. Quanto menor a escolaridade de uma população maior é a informalidade da economia.
Diante desse cenário precisamos destinar investimentos para esse público, notadamente, na faixa de 20 a 30 anos. Com concessão de vagas, a exemplo do ProUni, deve-se implantar o ProBásico. Em escolas profissionalizantes, Educação de Jovens e Adultos e centros vocacionais, sistema "S", Sesi, Senac e outros.
Uma vez que os cidadãos desta faixa etária, em boa parte, são detentores de baixíssima ou nenhuma formação profissional.
Airton Oliveira, presidente do Sinepe-CE, in: Diário do Nordeste (CE)
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