quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Respostas... e as perguntas?

“Orientada desde a sua fundação pela crença de que uma empresa de comunicação deve ter responsabilidade diferenciada para com seu público, a RBS decidiu concentrar suas ações e seus investimentos na Educação...” Esta foi, para mim, entre todo o trabalho de lançamento da campanha A Educação Precisa de Respostas, a frase-chave. Ela tocou o meu coração, o coração de um Educador. Tenho certeza de que a Educação está no DNA de muitos pais, como deveria estar no DNA de todas as empresas brasileiras. A cobrança por melhor qualidade na Educação deve começar nas empresas.
Por que a maioria das empresas não se mostra insatisfeita? Talvez por estarmos em sexto lugar na economia mundial, mesmo sem uma boa Educação. Empresários mostram-se insatisfeitos com a alta taxa de impostos – não sabem eles que pagam muito pela falta de Educação. Os números da Educação são preocupantes.
Educação não é coisa de momento. Educação é debate, é reflexão, é a procura por qualificação em todas as áreas, é pesquisa, é investimento. Educação não faz parte do cardápio brasileiro. Todos têm algo a dizer. Todos têm respostas. Respostas sem perguntas. Passamos a vida Escolar estudando para encontrar a resposta adequada. Quando adultos, descobrimos que não aprendemos a perguntar. Perguntar, questionar, faz avançar.
Houve avanços na Educação. Não há como negar, mas há uma lacuna entre o Aluno, digital, como definiu o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o mercado, que necessita de profissionais qualificados. Esta lacuna está nos pais e na Escola. Frutos de sua época. Educação é resultado em longo prazo.
Os pais vivem o seu trabalho, distante da vida dos filhos. A maioria dos filhos está anos à frente dos pais. A muitos pais já não é permitido cumprir o seu papel. Para uma mudança, até mais rápida, é preciso encontrar uma medida mais consistente para chamar os pais à responsabilidade. Pais que investem na Educação dos filhos são pessoalmente beneficiados, mas investem também nos netos, bisnetos...
Sabemos que, os Professores, viemos da classe social menos assistida. Os Professores, em sua grande maioria, não vêm de famílias em que a Educação era prioridade, aprenderam a valorizá-la, a criar paixão, no caminho para a Escola. Para outros muitos, ser Professor foi o que lhes restou. Também não estudaram nas melhores Escolas. Os resultados da Educação são da Educação – os Professores também. O Brasil já importou escravos e já exporta mão de obra qualificada. O Professor vê em cada Aluno um cidadão, uma nação. Uma nação que não vê, não qualifica e não paga o Professor. A Educação deve fazer parte do cardápio diário, em todas as famílias. Empresas, assim como o Grupo RBS, podem, e muito, ajudar neste trabalho.
Romério Gaspar Schrammel, professor, in: Zero Hora (RS)

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