Em missão com o Sinepe/RS, visitei o Columbia International College em Hamilton, Ontário, Canadá, escola privada com 1,7 mil alunos de mais de 70 países. Em Hamilton, há quatro escolas privadas, entre elas o Columbia, com 100% de admissão às melhores universidades. E 14 públicas, das quais quatro católicas, com 40% de ingresso nas universidades.
No Canadá, a escola primária tem seis séries e começa aos seis anos. A 7ª e 8ª séries são a Junior High School, segunda etapa do nosso Ensino Fundamental. A High School tem quatro séries, da 9ª à 12ª. Como no Brasil, 12 anos letivos. No currículo oficial de Ontário há matérias obrigatórias, todas com um crédito equivalente a 110 horas no semestre, e mais 40 horas de serviço comunitário.
Padrão na 9ª e 10ª séries, o currículo tem depois três caminhos: preparação para o trabalho, college (superior tecnológico) ou universidade. As matérias têm a mesma carga horária semanal, variando o número de semestres em que são obrigatórias.
Quase todos os professores têm o mesmo número de aulas por semana com cada turma e mesmo número de turmas. E os alunos têm menos matérias por semestre, em geral quatro.
Não há vestibular. Os alunos são admitidos à graduação pelo desempenho na escola secundária e o currículo da 12ª série encaminha para o curso escolhido. No Columbia, seis currículos preparam para engenharias, ciências, ciência da computação, matemática e negócios, ciências sociais, artes. Só Inglês é oferecido nas quatro séries para todos.
Matemática é obrigatória na 9ª e 10ª séries e, nos quatro primeiros currículos, na 11ª e 12ª séries. No currículo oficial, Geografia e História do Canadá constam na 9ª e 10ª séries, mas na preparação para ciências sociais há outras matérias obrigatórias de história, sociologia etc.
No Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) destacam-se Xangai, Hong Kong, Cingapura, Finlândia e Canadá. Também na Finlândia, o Ensino Médio diversifica-se em vocacional e geral, esse com ênfases curriculares. Em 2009, visitei em Helsinki a escola com upper secondary de Artes Visuais.
No Brasil, é preciso flexibilização do Ensino Médio, hoje com mais de 10 disciplinas por ano iguais para todos, problema não equacionado nas novas diretrizes nacionais e na proposta da Secretaria da Educação, que tendem a manter número excessivo de matérias. Essa flexibilização depende do processo de admissão às universidades, também não resolvido pelo Enem, hoje vestibular unificado.
A propósito, em Ontário, um colégio de professores com representantes do governo e magistério concede certificação para o exercício profissional e pode cassá-la por mau desempenho.
Mariza Abreu, ex-secretária da Educação, in: Zero Hora (RS)
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