O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse ontem que o Brasil é a sétima economia do mundo e caminha para ser a quinta. Segundo ele, no entanto, o País não terá reconhecimento internacional enquanto não resolver a questão da Educação, afirmou, durante almoço- debate com 270 empresários associados ao Lide Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Jr., em São Paulo. O ministro ressaltou que o Brasil possui um atraso profundo na área de Educação e que é possível aprender com iniciativas internacionais.
Mercadante apontou três grandes desafios na área: préescola, alfabetização na idade certa e a Educação no campo. Segundo o ministro, é preciso acelerar a construção de creches, lembrando que o índice de crianças nas creches subiu de 9,4%, em 2000 para apenas 21,6% em 2010. Na pré-escola, o índice passou De 51,4% (2000) para 80,1% no ano passado. Ainda no tema de alfabetização, Mercadante afirmou que no Norte e Nordeste apenas entre um terço e um quarto das crianças são alfabetizadas na idade certa. É preciso um esforço do Brasil neste sentido e, por isso, na próxima semana, será lançado o programa alfabetização na Idade Certa e, assim, melhorar tais índices, completou.
Em relação aos professores, o ministro lembrou que é preciso melhorar sua autoestima. Hoje temos dois milhões de professores, sendo que 600 mil não possuem graduação e outros 300 mil ainda estão terminando os estudos. Ele lembrou que o piso atual, de r$ 1.451 é pouco mais de dois salários mínimos. não vamos ter bons profissionais se não tivermos salários competitivos. Temos que vincular o pré-sal ao futuro e deixar para as novas gerações um país autossuficiente em Educação, ciência e tecnologia. Sobre a formação de mão-de- obra, Mercadante lembrou que o Brasil tem seis engenheiros para cada mil habitantes; nos Estados Unidos são 40 e no Japão, 26 para cada mil.
Em relação aos médicos, para cada mil habitantes, o Brasil possui 1,8 e os Estados Unidos, 2,4. O ministro comentou que, no caso dos médicos, o financiamento pelo Fies garante 100% de abatimento da dívida do financiamento caso o profissional trabalhe para o SUS (Sistema Único de Saúde) após formado. Ele vê uma oportunidade para parcerias público- privadas na área, e sugeriu a participação de hospitais de excelência na criação de cursos de medicina em universidades.
Durante o evento, foi realizada a 75ª edição da pesquisa de índice Lide-FGV de clima empresarial. O índice geral manteve- se igual ao da medição anterior, com nota de 6,3. A eficiência geral do governo alcançou 4,6. Em relação a situação atual dos negócios, a pesquisa revelou queda em relação a dezembro do ano passado: 49% consideram melhor contra 59% na edição anterior. Para 49% os negócios se mantiveram iguais (31% em 2011) e 6%, pior (10% na edição anterior). Na previsão para empregos (diretos e indiretos) houve pequena alteração em relação a sondagem anterior: empregar ficou com 46%, manter com 48% e demitir com 6%.
Na edição anterior, os índices foram 44%, 52% e 4%, respectivamente. Ainda segundo a pesquisa, o fator que mais afeta o crescimento é a carga tributária, com 75% das respostas. Fundado em junho de 2003, o Lide - Grupo de Líderes Empresariais possui oito anos de atuação, registrando crescimento de 700%. Atualmente são 920 empresas associadas (com os braços regionais e internacionais), que representam 46% do PIB privado nacional.
O objetivo do grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para programas comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público, por meio de debates, seminários e fóruns de negócios.
Fonte: Jornal do Commercio (RJ)
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