Cerca de 1 milhão de estudantes da rede pública estadual retornaram às aulas nesta segunda-feira, no momento em que o governo e as entidades representativas do magistério debatem pela enésima vez uma remuneração adequada para os professores.
O Piratini anunciou na última sexta-feira a sua proposta de reajuste, baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor, considerando-a a maior já apresentada por um governo à categoria. Mas as lideranças do sindicato dos docentes rejeitam o índice e continuam exigindo o piso nacional vinculado ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Nesse conflito rotineiro, como se sabe, todos têm razão. Não há quem não concorde que os professores merecem remuneração condizente com a nobre atividade que exercem, preparando crianças e adolescentes para o futuro e para uma vida profissional produtiva.
Da mesma maneira, ninguém pode conceber que o atual governo – assim como todos os que o antecederam – pague insuficientemente aos professores por maldade ou por ignorar os méritos dos servidores da área educacional.
A verdade é que, enquanto mazelas históricas não forem enfrentadas e corrigidas – entre as quais um plano de carreira anacrônico, aposentadorias precoces, licenças imotivadas e pequenas liberalidades para compensar a má remuneração –, o impasse perdurará.
Divergências, questionamentos e protestos são manifestações normais numa democracia. O que não pode ocorrer é o radicalismo, que acaba causando prejuízos aos estudantes e à sociedade.
Basta observar a movimentação nas Escolas num dia como o de hoje para se entender que crianças e jovens – razão da existência do sistema educativo – merecem a consideração do diálogo.
Fonte: Zero Hora (RS)
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