A pesquisa da PUC gerou algumas quebras de estereótipos. Ao se aplicar um questionário para 323 pais de alunos na Rocinha, os pesquisadores encontraram responsáveis querendo participar mais da vida Escolar dos filhos.
- Quando indagamos sobre o que os pais acham que podem fazer de mais importante pelas Escolas de seus filhos, 52% responderam participar da vida Escolar, enquanto 22,2% optaram por ajudar mais o aluno no dever de casa, e 21,3% cobrar mais dos professores.
Por meio de um conjunto de perguntas formulamos um índice de participação nas atividades promovidas pela Escola, e a resposta foi surpreendente: cerca de 58% teria um índice de participação alta, medido por participação em reuniões e eventos Escolares - disse Burgos, ressaltando que, quando indagados se gostariam de participar mais de atividades promovidas pela Escola, 84,3% dos pais disseram que sim.
Professores defendem mais investimentos
Mas, para a professora Luciana Lima, da Escola Municipal Francisco de Paula Brito, na Rocinha, essa relação da Escola com os pais precisa ser mais incentivada:
- Outra dia, reparamos que uma aluna não frequentava a aula há dois meses. Fomos procurá-la no endereço da ficha de matrícula, e não a encontramos. Isso ocorre de vez em quando por aqui. Escolas como as nossas, com a maioria dos alunos pobres, precisa de investimentos. Se conseguíssemos aproximar mais os pais da vida dos alunos, o rendimento Escolar seria outro.
Para a diretora da Paula Brita, Odaísa Pardal, os dados da PUC deveriam ser mais discutidos no meio da Educação, para que todos entendessem as dificuldades de gerir uma Escola com alunos de regiões mais pobres.
Segundo ela, os dados dão maior precisão a essas dificuldades. Pelas fichas Escolares dos alunos, 25% dos pais têm no máximo o primeiro segmento do fundamental incompleto, e quase 60% no máximo o segundo segmento incompleto. E cerca de 20% tem o ensino médio completo:
- A mãe é responsável pedagógica em cerca de 80% dos casos. Trata-se de mulheres que são em 31,5% dos casos trabalhadoras domésticas, outras 22,2% do lar, e mais 10% auxiliar de serviços gerais.
As demais trabalham em pequenos serviços manuais, ou no comércio da região. Como nenhuma delas se diz desempregada, é provável que o alto índice de "do lar" disfarce o desemprego.
Segundo a pesquisa, entre os pais, 24% são porteiros, outros 14% trabalham no setor de transporte, e a maioria dos demais trabalham em serviços com pouca qualificação. Apenas 6,7% está na construção civil, e 2,7% se disseram desempregados.
Fonte: O Globo (RJ)
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