Uma pesquisa feita em 18 escolas estaduais de três regiões metropolitanas brasileiras entre março e dezembro de 2010 indicou que, no ensino médio, as aulas mais propensas a não acontecerem são as últimas antes do fim do dia letivo e as que acontecem às sextas-feiras. Organizado pelo Instituto Unibanco e pelo Ibope, o estudo "A audiência do Ensino Médio" foi divulgado nesta quinta-feira (17), em São Paulo.
Pesquisa 'A Audiência do Ensino Médio' | |||
Escola com oportunidade de ensinar | |||
ALTA | MÉDIA | BAIXA | |
Aproveitamento dos minutos previstos para aulas | 83% | 71% | 58% |
Dias letivos perdidos no ano | 8 | 13 | 19 |
Horas utilizadas para aulas (por turma) | 164 horas | 122 horas | 108 horas |
Dia útil com maior incidência de aulas canceladas | sexta-feira | sexta-feira | sexta-feira |
Mês do ano com maior incidência de aulas canceladas | outubro | Outubro | março |
Aulas perdidas por causa de falta de professores | 72,8% | 55% | 50,6% |
O monitoramento da carga horária prevista e cumprida foi feita com 36 turmas do ensino médio das 18 escolas selecionadas. O objetivo foi calcular a audiência nas escolas de acordo com as aulas que foram efetivamente dadas pelos professores e a presença dos alunos dentro das salas.
Após a análise de 1.952 diários de turmas (que registraram a carga horária das aulas) dos três anos do ensino médio, as escolas foram divididas em três grupos, de acordo com o índice de possibilidades de ensino perdidas.
No grupo considerado com "alta oportunidade de ensinar", 83% do total de minutos de aulas previstos foram efetivamente usados. Considerando que um dia letivo dura em média quatro horas, os alunos dessas escolas perderam um total de oito dias letivos durante o ano de 2010.
Já o grupo mediano aproveitou 71% do potencial de aulas e, assim, perdeu 13 dias letivos. Entre os estudantes de escolas com baixa oportunidade de ensinar, apenas 58% dos minutos foram aproveitados em aulas, o que representa uma perda de 19 dias letivos no ano passado.
Sextas-feiras
Em todos os grupos, porém, um fenômeno se manteve: a sexta-feira é o dia útil com maior incidência de aulas canceladas. Entre o primeiro grupo, 9% das aulas se perderam às sextas. No segundo, o número subiu para 31% e, no terceiro, para 41%.
A última aula do dia letivo também é a que mais sofre com cancelamentos. A porcentagem de aulas que aconteceriam logo antes da dispensa dos alunos e foram canceladas foi de 13% no grupo com alta probabilidade de ensinar, 38% no grupo intermediário e 53% no grupo com baixa possibilidade de ensinar.
A falta de professores foi responsável por 72,8% dos cancelamentos no grupo 1, 55% no grupo 2 e 50,6% no grupo 3. Os grupos com média e baixa oportunidade de ensinar sofreram também com ausência coletiva de alunos (29,6 e 24,5%, respectivamente). O número de aulas canceladas por causa de greves não foi significativo.
De acordo com a pesquisa, a escola que melhor ocupou seus alunos teve aproveitamento de 89% dos minutos dedicados às aulas e teve apenas 5% das aulas canceladas. A que teve o pior desempenho aproveitou 52% do total de minutos possíveis e cancelou 43% das aulas previstas.
O perfil das escolas que melhor se saíram na tentativa de cumprir o carga horária prevista inclui características como oferecer apenas turmas do ensino médio. No outro extremo estão instituições que oferecem Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e têm a maioria dos alunos matriculados no período noturno.
O estudo, que pretendeu lançar luz ao aproveitamento da escola pelos estudantes, também pesquisou quanto tempo os adolescentes do ensino médio dedicam ao estudo fora da sala de aula.
G1
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