O australiano Lawrence Ingvarson pesquisou avaliações de professores em seu próprio país, na Escócia, nos Estados Unidos e na Inglaterra e é defensor de certificações para docentes atreladas ao aumento de salário.
Em visita ao Brasil para uma palestra no evento que comemora os 10 anos do Instituto Singularidades, soube pelo iG que os brasileiros estão prestes a ter sua primeira prova nacional para professores. “É um começo, mas não é suficiente”, avaliou.
Em sua apresentação, ele falou dos sistemas que conhece e da forma nestes países associações nacionais de professores de cada área criam critérios para certificar que uma pessoa esta apta a dar aula.
Depois, escalonam os profissionais, por exemplo, em graduados, proficientes, altamente talentosos e líderes. “Não é só o tempo ou quantos cursos fez que o colocam em uma ou outra condição, mas também os resultados que consegue”, explicou.
Segundo ele, as associações nacionais criam ementas detalhadas do que o profissional tem de ser capaz. “Não dizem como fazer, mas qual o resultado esperado de um docente daquela área.” A diferença de salário entre um graduado e um líder é de 250%.
Lawrence não conhecia a realidade brasileira e ficou surpreso ao saber que, a partir de 2012, o próprio governo brasileiro aplicará uma prova única para professores. O teste, de adesão voluntária, poderá ser usado pelas redes, por exemplo, para contratação de novos profissionais.
Ao saber que se tratava de um teste de alternativas em larga escala ficou surpreso. “Um teste de um dia? Os professores passaram por uma graduação de anos e vão escolhê-los por um único teste? É muito pouco”, questionou. “A avaliação deve existir para diferenciar profissionais e estimulá-los, dar mais autonomia a quem prova que sabe fazer e reconhecimento, mas não deve ser tão simples”, diz.
Segundo ele, pesquisas mostram que apenas a introdução do bônus para professor ou qualificação não mostram resultados significativos. “Se você vai incentivar, dê os incentivos certos, não foque em aspectos desligados do trabalho do professor. O profissional quer: autonomia, domínio e propósito. A certificação lhe garante isso.”
iG Educação
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