Afinal, a visão educativa dos novos tempos altamente inovadora e complexa possibilita a reflexão e a compreensão da realidade que o mundo virtual oferece?
Na era da informação, dos apelos visuais, das relações virtuais, a inclusão digital na Educação ainda é um fato polêmico e um pouco distante daquilo que se concebe como insofismável paradigma a serviço dos fins pedagógicos. Tudo leva a crer que não será em curto prazo um recurso para reverter o analfabetismo e a qualidade do ensino em nosso país.
O mundo planetário que escancarou suas portas às redes sociais produzindo cultura e informação num alcance geográfico sem dimensões ainda encontra entraves em países com altíssima difusão das tecnologias digitais, como por exemplo, nos Estados Unidos onde não há um consenso para o uso em fins pedagógicos por conta da regulamentação específica a programas educativos.
A idolatria à internet, em efervescência no universo Escolar, não possui uma legislação própria para o uso consciente da rede. E isso se deve ao excessivo e diversificado acesso disponível para fins não didáticos.
Virando a página do fantástico mundo novo, a Educação pede passagem. Repensar, pois, a Escola, para lidar com as novas ferramentas digitais e o perfil do aluno que recebe é imposição imediata.
Leve-se em consideração que a criança desde muito cedo explora o computador, o mais novo brinquedo da infância precocemente induzida a esta convivência perversa pelos efeitos que produz: individualismo, sedentarismo, déficit de atenção.
São os “nativos digitais” com domínio absoluto das novas linguagens e das informações obtidas pela internet sem o adequado controle que agregue conhecimentos positivos.
A capacitação dos docentes para competir com “esses gênios digitais” é árdua tarefa para a universidade. Além de laboratórios de informática, a Escola necessita disponibilizar mais tempo para o preparo de aulas e, aos professores, um contínuo apoio pedagógico.
Educar não é um ato efêmero e como tal pressupõe competências: conhecimento, informação e inclusão digital, ética, habilidades, compreensão, limites e afetos.
Na verdade, a Educação foi atingida em suas competências pelo poder das redes sociais que agregam conhecimento e informação, mas o valor educacional não é consensual admitindo-se que pode causar danos éticos contrastando com a finalidade humana da Educação.
Para tanto não se pode menosprezar o jeito tradicional de ensinar nem o jeito moderno de aprender. Nenhum computador na sala de aula substitui a presença insubstituível do professor.
O Brasil, que é pródigo em importar modelos educacionais de outros países, poderia espelhar-se na China, que valoriza e remunera os docentes da Educação básica acima dos docentes universitários, porque, se a base for sólida, a qualificação dos níveis superiores será diferenciada.
É fácil contemplar o admirável mundo novo com o olhar de quem vê a luz no fim do túnel; difícil é direcionar este olhar para aqueles que cavam o túnel à luz de velas.
Zero Hora (RS)
Estranho! Esse artigo foi publicado pela minha mãe. Como pode alguém copiar?
ResponderExcluir