O nosso país perdura mergulhado numa das mais vergonhosas manifestações que se pode registrar para uma nação: greve de Professores! O governo não retrata responsabilidade com um futuro sólido de uma sociedade, seja pela valorização do corpo Docente, e seja, sobretudo, pela adoção de um novo sistema educacional que possa dar acessibilidade com qualidade às pessoas.
Na última sexta-feira, 13 (sem trocadilhos), O secretário de Relações do Trabalho, Sergio Mendonça, apresentou às entidades do movimento Docente uma proposta que envolve tabelas e tópicos com aspectos conceituais sobre a carreira Docente. Foi preciso uma solicitação pelos representantes do CNG/ANDES-SN ao governo de esclarecimentos por escrito para que a proposta comece a ser analisada, pois nem mesmo o governo entende do que se trata, embora a imagem passada ao público fora de um governo ofertando aos Docentes aumentos salariais estratosféricos.
Enquanto isso, assombra-nos pela dedicação do governo com fatos e ações secundárias ou supérfluas que, segundo as várias mentes brilhantes do poder, são de grande valia para o povo, cujo exemplo-mor é a destinação de recursos para a Copa do Mundo. Esta, derrama bilhões de reais para obras faraônicas para estrangeiro ver, com absurda falta de transparência na destinação dos recursos públicos. O nosso país é contraditório de um eleitorado ababacado, que não lê, que não reflete e aceita tudo passivamente. O brasileiro não é pacífico, ele é masoquista.
E a Educação, hein? Não seria mais coerente erguer um novo formato educacional no Brasil, com estrutura, preparação e métodos revolucionários? Ah, o PIB não pode ser aumentado para a Educação porque “quebra o país”, argumenta o Ministro Guido Mantega; mas, Copa do Mundo, senhor Ministro, é despesa; Educação, ao contrário, é investimento. Quem ganha com o quê? A nebulosidade política atualmente imposta é cancerígena para nós. É como dizia o magnânimo Paulo Freire “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho”.
O jornalista e colunista político Alexandre Garcia se manifestou (um dos raros, por sinal) formatando em breves palavras sobre o assunto: “É unanimidade: não se faz um país sem Educação. E Escola não é comércio. Escola é instituição. Hoje nós perdemos feio para países destroçados pela guerra, como Alemanha, Japão, Coreia e China. Eles se ergueram por causa da Educação. Nós continuamos na mesma, enredados em acordos ortográficos e outras firulas. Falamos em reforma na Educação e nunca em uma revolução pela Educação. Falta para o país do improviso, do amadorismo, da falta de exemplos de cumprimento da lei, de estadistas que pensem no futuro, investindo na Educação do presente”.
Corroborando esta esculhambação, o Indicador de Alfabetismo Funcional – INAF divulgou na semana passada sobre estudo concludente da última década, que o número de Analfabetos caiu pela metade, mas o desempenho dos Alunos piorou, mesmo daqueles que já estão na faculdade. Por que isso ocorre? Simples: ausência de qualidade; apenas tara em gerar números em aprovações é o que importa para o poder governamental. Vivemos do legado lulista, para qual Educação é dispensável; vivemos da circunstância maquilada dos “Telós”, Neymares” e “Tufões”... tudo falso! Novamente me resguardo em Paulo Freire quando disse “Se a Educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.
Tom Zé Albuquerque, in: Folha de Boa Vista (RR)
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