quarta-feira, 18 de julho de 2012

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Salve, 130 diqueiros!
Hoje temos festa e alegria, com direito a bolo e bolas ( virtuais!) para receber nossa nova diqueira CEILA FREITAS, cadeira 130 ( !!!!!!!!!!!!!!) amiga de tantos anos, daquelas que , mesmo de longe, acompanha e torce por nossas  investidas neste mundo de Deus, para que sejam boas. Seja bem vinda, querida, ao som de nossos 'obas' e 'olás'.
 Pois muito bem: nosso diqueiro Dr. Tião Siqueira, psiquiatra e trovador de mão cheia, meu confrade da Academia, enviou a seguinte (e rica) proposta para a dica de hoje:

Querida Edinalda
Acho muito interessante uma dica sua. Como faço sempre a viagem Campos x Vitória, ao passar na entrada de Cachoeiro de Itapemirim, fico encucado: o que é Cachoeiro? Procede a minha dúvida? Conheço Cachoeira que, por sinal, está na moda nesses tempos rs.rs.
Grande abraço
Tião Siqueira

Gente, esta é daquelas boas pesquisas que, quando terminamos, queremos mais.
Para os dicionaristas, cachoeira e cahoeiro são quedas dágua, corredeiras, águas encachoeiradas.
Mas, quando se trata do nome da cidade de Cachoeiro do Itapemirim, objeto da consulta de Tião, o cenário muda expressivamente, sob o olhar de duas correntes.
Para a 1ª a palavra vem de 'cajueiro' (abundante na região) cuja pronúncia, dependendo da região e de outros fatores, pode sofrer alteração para 'cachueiro' (que não existe). A título de ilustração, lembro-me de que há, em Campos, um restaurante em que trabalha uma moça de nome Jekiane. Quando perguntamos como ela se chama, sem nenhum tipo de auto censura ela responde: 'Chekiane'. Então, pessoal a troca de 'j' por 'ch' não é incomum.
Para a 2ª, o nome se deve ao fato de a cidade ser cortada pelas águas encachoeiradas do rio Itapemirim. Esta interpretação vai ao encontro dos dicionaristas, mas ainda com a questão do masculino CACHOEIRO pendente.
Encontrei, então, o documento de origem da cidade e nele,o governador Francisco Alberto Rubim, em 1819 , informa o seguinte, em ofício endereçado ao Conde da Barca: 'O primeiro caxoeiro ( grifo meu, pessoal!) dista dela ( Vila do Itapemirim) seis léguas...'
Bem, da fartura de cajueiros ao ofício elaborado pelo governador, entre águas encachoeiradas, fico com a versão oficial, porque acho mais segura. Grafada com 'x' inicialmente,em 1884, passa a ter a grafia atual Cachoeiro.
É isso, gente!
Abçs e até quarta,
Edinalda

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