O embate entre o novo e o velho vem
ganhando espaço nas salas de aula: as atuais possibilidades de leitura que os
jovens passaram a dispor na internet em seus tablets e smartphones os tornam
leitores críticos ou superficiais? E mais: isso é ou não leitura? Apesar de uma
média de 3,4 livros impressos lidos por ano, segundo o Instituto Pró-Livro, os
estudantes brasileiros estão lendo mais, sim, para a maioria dos especialistas.
No entanto, em novos formatos que incluem redes sociais, sites e afins. E tudo
isso é válido. Mas não apenas o virtual. O Diario ouviu estudiosos da
Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB) e Professores
da UFPE, Unicap e Fafire.
Todos acreditam que a habilidade da
leitura também é desenvolvida na internet, principalmente em sites como Google,
Facebook e Twitter. Esses espaços já fazem parte da rotina de pesquisa e lazer
dos estudantes e enfatizam o poder de argumentação e os conhecimentos gerais.
No entanto, alertam que, apesar dos pontos positivos desses novos meios, a
leitura da internet ainda é menos densa que a dos livros. E que o bom Aluno
deve dividir seu tempo entre os mundos real e virtual.
“Hoje os jovens leem mais que em
outras gerações. Mas os textos têm menor profundidade. O que é ruim para o
desenvolvimento da leitura crítica”, disse o Professor emérito da UnB e
referência nacional em novas tecnologias na Educação, Pedro Demo. O Professor
acredita que o jovem focado apenas em redes sociais tem menos chances de se
tornar um bom autor. “A leitura rasa, encurtada e facilitada do Facebook não
gera bons textos. Sem falar que a maioria dos conteúdos que circula por lá é
banal”, afirmou. As mestras em Educação Graziela Almeida e Andréa Moretti, da
Unicap e Fafire concordam que os livros são indispensáveis para a formação do
leitor crítico. Mas afirmam que todo texto é bem-vindo. Inclusive redes
sociais.
“A melhor leitura é aquela que chega
com mais facilidade ao Aluno e permite que ele tenha contato com o
conhecimento”, comentou Graziela. A Professora da Unicap acredita que a
Educação vive um momento rico, já que a internet permite um intercâmbio maior
de informações. Mas ela garante que os textos clássicos não devem ser
abandonados. Com a infinidade de textos disponíveis nos mundos real e virtual,
o jovem precisa construir estratégias de leitura. É o que aconselha a
Professora da Fafire Andréa Moretti. “Tudo depende da seleção dos conteúdos,
que deve ser orientada por Professores e pais”, disse.
Para o Professor Artur Morais, do
Centro de Educação da UFPE, os livros brasileiros são caros e raros. “Ler
sempre será importante. Se o suporte é um volume impresso ou a tela do
computador, pouco importa”, disse. Victor de Luna Correia, 14 anos, é um leitor
moderno.
Uma de suas diversões é ler
best-sellers no tablet do pai. “Gosto das oportunidades que a internet dá”,
admitiu. Já Carolina Vidal, da mesma idade, prefere os livros impressos. “Tenho
prazer em folhear os livros”, falou.
Fonte: Diário de Pernambuco (PE)
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