quarta-feira, 4 de julho de 2012

Leitura virtual é perda de tempo?

O embate entre o novo e o velho vem ganhando espaço nas salas de aula: as atuais possibilidades de leitura que os jovens passaram a dispor na internet em seus tablets e smartphones os tornam leitores críticos ou superficiais? E mais: isso é ou não leitura? Apesar de uma média de 3,4 livros impressos lidos por ano, segundo o Instituto Pró-Livro, os estudantes brasileiros estão lendo mais, sim, para a maioria dos especialistas. No entanto, em novos formatos que incluem redes sociais, sites e afins. E tudo isso é válido. Mas não apenas o virtual. O Diario ouviu estudiosos da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB) e Professores da UFPE, Unicap e Fafire.
Todos acreditam que a habilidade da leitura também é desenvolvida na internet, principalmente em sites como Google, Facebook e Twitter. Esses espaços já fazem parte da rotina de pesquisa e lazer dos estudantes e enfatizam o poder de argumentação e os conhecimentos gerais. No entanto, alertam que, apesar dos pontos positivos desses novos meios, a leitura da internet ainda é menos densa que a dos livros. E que o bom Aluno deve dividir seu tempo entre os mundos real e virtual.
“Hoje os jovens leem mais que em outras gerações. Mas os textos têm menor profundidade. O que é ruim para o desenvolvimento da leitura crítica”, disse o Professor emérito da UnB e referência nacional em novas tecnologias na Educação, Pedro Demo. O Professor acredita que o jovem focado apenas em redes sociais tem menos chances de se tornar um bom autor. “A leitura rasa, encurtada e facilitada do Facebook não gera bons textos. Sem falar que a maioria dos conteúdos que circula por lá é banal”, afirmou. As mestras em Educação Graziela Almeida e Andréa Moretti, da Unicap e Fafire concordam que os livros são indispensáveis para a formação do leitor crítico. Mas afirmam que todo texto é bem-vindo. Inclusive redes sociais.
“A melhor leitura é aquela que chega com mais facilidade ao Aluno e permite que ele tenha contato com o conhecimento”, comentou Graziela. A Professora da Unicap acredita que a Educação vive um momento rico, já que a internet permite um intercâmbio maior de informações. Mas ela garante que os textos clássicos não devem ser abandonados. Com a infinidade de textos disponíveis nos mundos real e virtual, o jovem precisa construir estratégias de leitura. É o que aconselha a Professora da Fafire Andréa Moretti. “Tudo depende da seleção dos conteúdos, que deve ser orientada por Professores e pais”, disse.
Para o Professor Artur Morais, do Centro de Educação da UFPE, os livros brasileiros são caros e raros. “Ler sempre será importante. Se o suporte é um volume impresso ou a tela do computador, pouco importa”, disse. Victor de Luna Correia, 14 anos, é um leitor moderno.
Uma de suas diversões é ler best-sellers no tablet do pai. “Gosto das oportunidades que a internet dá”, admitiu. Já Carolina Vidal, da mesma idade, prefere os livros impressos. “Tenho prazer em folhear os livros”, falou.
Fonte: Diário de Pernambuco (PE)

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