Este é um desabafo de quem vê Alunos de-formados por um sistema de Ensino que nada tem a ensinar, mas muito a aprender. Embora tanto se fale a respeito do Ensino, com críticas no que diz respeito à sua qualidade, é interessante observar a passividade dos sujeitos envolvidos.
Os Alunos deixaram de ser indivíduos que têm o objetivo de buscar conhecimento. Eles apenas buscam um diploma. Deveria ser objetivo das instituições de Ensino repassar aos Alunos, além do conhecimento e da capacidade de saber fazer, noções de ética e respeito. Entretanto, as próprias instituições tratam o Aluno como cliente. E o Professor como serviçal deste cliente.
E como o cliente tem sempre razão, cabe ao Professor ser gentil, compreensivo e benevolente com o Aluno. O resultado é a criação de Alunos rebeldes, desrespeitosos, sem interesse em aprender, desafiando a tudo e a todos que tentem interromper sua caminhada rumo ao esperado diploma. Mas do que vale um Aluno formado numa instituição que o trata como cliente e a ele é servil? Será que o mercado de trabalho será assim tão condescendente com ele?
E a instituição que apoia esta inversão de valores, que está apenas interessada em números, sem pensar na qualidade do material humano que coloca no mercado? Será que este mesmo mercado, cada dia mais exigente, não cobrará o preço por este descaso?
Será que não é possível desenvolver um Ensino sério, com comprometimento com o futuro – do Aluno, da instituição, do mercado e da nação? Será que uma instituição com tal objetivo não tem lugar no mercado? Será que as exigências do mercado não trariam uma resposta positiva? Como as instituições querem ser vistas?
Se o Ensino no Brasil vai muito mal não se pode culpar apenas o investimento público. As instituições privadas deveriam mostrar através do resultado de seu trabalho a competência que tanto é cobrada do governo. Blumenau tem condições de ser um polo de excelência no Ensino: pela qualidade dos profissionais que aqui atuam, pela sua história e pela força de seu povo. A comunidade toda seria valorizada.
Charlotte Monnet, professora, in: Jornal de Santa Catarina (SC)
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