O pouco rendimento da Escola pública brasileira é preocupação constante de Educadores e gestores Escolares, diante das oscilações cada vez mais para baixo registradas pelo processo educativo. Remover este obstáculo implica numa arregimentação geral da comunidade Escolar, envolvendo, além dos Educadores e educando, suas famílias e a infraestrutura de apoio educacional.
Esta não será uma tarefa fácil. Primeiro, por haver mais de um diagnóstico. Depois, pelas opiniões multifacetadas que vão das condições de remuneração dos mestres ao volume maior de investimentos em Educação, no presente, superior a 5% do Produto Interno Bruto. A maioria dos adeptos dessa tese defende o mínimo de 10% do PIB.
Nesse ponto, a questão deve, necessariamente, se voltar para a qualidade do investimento, porquanto, há na Escola desperdício financeiro em meio a carências de recursos materiais e humanos para elevar o seu padrão. Portanto, o problema esbarra, por inevitável, no aumento da quantidade de recursos, mas também no seu emprego seguindo padrões de eficiência.
A última avaliação qualitativa da Escola nacional compreendeu o Ensino fundamental, especialmente os grupos distribuídos entre o 5º e o 9º ano. Os dados para análise foram extraídos da última Prova Brasil, quando 216.495 Docentes de instituições públicas tiveram a oportunidade de manifestar opiniões, de forma livre de constrangimento.
As conclusões refletem, de fato, a realidade: a dificuldade de aprendizagem dos Alunos, para 68,9% dos Professores, está na falta de acompanhamento dos deveres de casa, por parte das famílias. Assim, as falhas no ato de aprender decorreria da ação complementar das famílias, quando deixam de lado a supervisão das tarefas Escolares remetidas para a moradia do Aluno.
O elenco de motivos é variado. Além da falha na participação dos pais no acompanhamento das tarefas Escolares, apontada por 68,9% dos Professores consultados, há também outro índice muito elevado, correspondente à falta de interesse por 65% dos Alunos pela aprendizagem e pelo reforço Escolar.
O meio em que o Aluno vive, o nível cultural dos pais, a baixa autoestima, a indisciplina em sala de aula, a falta de aptidão e habilidade do Aluno, a sobrecarga dos Professores e os baixos salários complementam outro vasto elenco de motivos capazes de influir no rendimento Escolar.
Por último, aparecem como barreiras para o ato de aprender a estrutura física e pedagógica, o conteúdo curricular inadequado, a falta de cumprimento do planejamento educacional para o ano letivo e as precárias oportunidades intelectuais oferecidas pela Escola.
A ausência da família do ambiente educacional torna incompleto um compromisso inarredável de sua responsabilidade: a Educação de seus membros. A ação da Escola é secundária e sequencial, não havendo como substituir o papel da família na Educação dos grupos, especialmente daqueles localizados na faixa da Escola fundamental.
A saída para este desafio é a Escola de tempo integral, com a obrigatoriedade de dedicação exclusiva para os Professores, mas respeitando uma escala de trabalho sob constante avaliação. Sem uma diretriz rígida, a rotina da Escola tradicional tenderia a anular os avanços no processo de aprendizagem. No primeiro turno da Escola nova, os Professores expõem as teorias. No segundo, auxiliam os Alunos nas tarefas delas resultantes.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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