O governo Dilma Rousseff quer aproveitar a realização da Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro para lançar uma nova ideia: criar uma olimpíada do conhecimento entre estudantes de diversos países, para ser realizada à margem dos jogos, assim como ocorre com a Paraolimpíada.
A execução do plano, que está em discussão entre os ministérios da Educação e do Esporte, poderá começar a tomar forma a partir do ano que vem. Nessa primeira etapa, o governo federal quer unificar os calendários e procedimentos das olimpíadas de português, matemática, ciências e esportes, além de criar uma olimpíada de tecnologia da informação.
"A ideia é para o ano que vem tentarmos fazer uma olimpíada integrada para a gente ir avançando e, em 2016, nós convocarmos alguns países para fazer a primeira olimpíada do conhecimento internacional aqui no Brasil", comentou ontem, em entrevista a jornalistas, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. "É para tentar introduzir na agenda da Olimpíada uma olimpíada do conhecimento dos estudantes. O melhor da herança olímpica que nós poderíamos deixar é exatamente esse espírito olímpico ligado ao conhecimento e aos esportes no âmbito da Educação."
Para ele, a adesão à Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas e seu impacto no desempenho dos alunos mostra o potencial que o projeto tem. A Olimpíada de Matemática deste ano chegará a 5.524 municípios brasileiros, ou 99,3% do total, e contará com a participação de 19,2 milhões alunos de 46 mil escolas. "Estamos batendo um recorde espetacular", disse.
O ministro da Educação também revelou que 14.676 das 75 mil bolsas a serem concedidas pelo governo a estudantes brasileiros no exterior, por meio o programa Ciência Sem Fronteiras, já foram preenchidas. Desse total, 3.697 alunos já estão em universidades de Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Reino Unido. O restante deve começar os cursos a partir de agosto.
O ministro citou o crescente interesse dos estudantes pelo próximo edital do programa, que aceitará inscrições até o fim do mês. Destacou, no entanto, que o principal desafio do governo é garantir que os alunos interessados tenham proficiência em inglês ou nos idiomas em que os cursos serão ministrados. O governo tem procurado mobilizar o sistema público de Educação para solucionar essa pendência. Parcerias com embaixadas e institutos de ensino de línguas também estão sendo articuladas.
"Queremos que os melhores pontuados no Enem é que estejam habilitados a fazer o curso, respeitando a meritocracia. Mas eles precisam se empenhar no estudo da língua que têm interesse. Todos que querem pleitear devem começar a estudar inglês agora ou a língua respectiva", alertou.
O programa também será um dos principais focos da presidente Dilma Rousseff em sua viagem aos Estados Unidos, que ocorrerá na semana que vem. Dilma participará, por exemplo, da cerimônia de assinatura de convênios entre o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Além disso, serão anunciadas parcerias entre a Universidade de Harvard, o CNPq e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Mercadante afirmou ainda que tem crescido a procura de pesquisadores e jovens acadêmicos estrangeiros por vagas nas instituições de ensino brasileiras, e contou que o Ministério da Educação deverá em breve reajustar o valor das bolsas concedidas aos estudantes de pós-graduação brasileiros. O aumento para repor a inflação acumulada desde 2008 deve ocorrer em duas etapas - uma parte neste ano e outra no início de 2013.
Fonte: Valor Econômico (SP)
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