Inspirado na reforma educacional realizada em Nova York, em 2002, um projeto piloto que introduz na Escola um coordenador, para ajudar pais de alunos, e tutores, para auxiliar professores em sala de aula e coordenadores, vai ser ampliado e, em breve, chegará ao Rio e ao Espírito Santo. Fruto da parceria entre a Fundação Itaú Social, prefeituras e governos, a iniciativa já está em andamento em São Paulo e em Goiás.
O projeto piloto vai ser adotado em 1.140 instituições de ensino e creches da rede pública. Cada uma delas receberá a figura de, pelo menos, um dos três novos profissionais introduzidos no cotidiano Escolar pelo programa Excelência em Gestão Educacional.
Esses novos personagens representam duas das oito principais medidas da reforma educacional executada em Nova York e de mais fácil adoção no Brasil.
Em São Paulo, primeira cidade a receber o projeto, dez Escolas da Zona Leste, região considerada de alta vulnerabilidade social, receberam, durante três anos, o reforço de tutores e também de coordenadores de pais.
Os professores de Língua Portuguesa e Matemática interessados em aderir ao projeto passaram a ter o apoio de tutores, contratados pela Fundação Itaú Social. Eles entravam em sala de aula para observar de perto as deficiências e dificuldades de professores, assim como as boas iniciativas que poderiam servir de exemplo para os demais.
Mesmo com cinco anos de experiência em sala de aula, Cintia Dias Marei, professora de Língua Portuguesa da Escola Estadual Aquilino Ribeiro, em São Paulo, sentiu que precisava de ajuda para melhorar o desempenho de suas turmas. Ela enfrentava a indisciplina dos alunos e o desafio de alfabetizar em torno de 15 alunos da 6 série que não sabiam ler.
- Os tutores deram ideias de leituras e de formação de grupos de trabalho na sala de aula para atrair o interesse dos alunos. Os tutores também me ajudaram a criar questões de provas e a sistematizar os resultados, para que eu soubesse quantos alunos foram mal e entendesse a razão disso - detalha Cintia.
Professor de Português da Escola Aquilino Ribeiro há seis anos, Cícero Leonardo do Nascimento diz que os tutores ajudaram a encontrar novas maneiras de lidar com a leitura e a produção de textos:
- Passei a trabalhar contos de suspense usando histórias em quadrinho para atrair os alunos, por exemplo. E, na sala de aula, antes eu falava, e os alunos ouviam. Hoje, eles participam mais. Eu sou só o mediador - relata Cícero.
Fonte: O Globo (RJ)
Nenhum comentário:
Postar um comentário