Escola em tempo integral é a medida que vem sendo defendida por especialistas como saída para a Educação brasileira. O Ceará conta com 84 unidades e o Brasil terá, neste ano, cerca de 30 mil Escolas funcionando dentro desse regime integral. É fruto da execução do programa Mais Educação, que oferece uma jornada ampliada que deve beneficiar 5 milhões de estudantes, do primeiro ao nono ano, em todo o País, alcançando as zonas rurais. As atividades vão desde o acompanhamento de tarefas Escolares até a prática de esportes, aulas de arte e informática.
Embora alguns costumem traçar cenários impiedosamente pessimistas em torno do presente estágio da Educação nacional, há uma linha de educadores e economistas que revela a existência, nos últimos 20 anos, de um esforço de correção nas mazelas que, durante muito tempo, comprometeram a situação educacional brasileira. O quadro geral não seria tão decepcionante quanto aqueles críticos radicais o retratam.
A partir dos anos 1990, segundo pesquisas idôneas, verificou-se um inegável processo de inclusão educacional no Brasil, com resultados positivos na universalização do acesso à Educação básica, na elevação da Escolaridade média e quanto à expansão do acesso à universidade. Para justificar a assertiva, são apontados dados irrefutáveis: o número de universitários passou de 1,5 milhão, em 1990, para 3,5 milhões em 2000, atingindo o considerável total de 6,5 milhões no ano de 2010.
Os discordantes em relação a essas cifras evolutivas alegam que a sensível ampliação do acesso às Escolas, em todos os níveis, teria refletido de modo negativo nos indicadores da qualidade do ensino. Teria ocorrido uma piora, segundo esses contestadores, na medida em que estudantes cada vez menos preparados passaram a ingressar nas universidades. Esquecem os pessimistas de mencionar, entretanto, que há apenas 10 anos três milhões de estudantes nem sequer teriam obtido a chance que atualmente lhes pode ser proporcionada de ascensão de estudo.
Apesar do visível progresso obtido nas duas últimas décadas, ainda hoje, apenas um em cada cinco jovens brasileiros atinge o nível universitário. Na área do ensino, há perspectivas de que as acentuadas quedas da taxa de natalidade, por último observadas, cheguem a possibilitar que os investimentos na Educação, ora considerados de pouca monta, aumentem sensivelmente por cada aluno em futuro próximo, o que se espera venha a refletir, também, na melhoria da qualidade do ensino público.
Em exame realizado pelo PISA (Program for International Student Assesment), no qual a Educação brasileira ocupou muito modesta classificação, a Coreia do Sul ficou em primeiro lugar na categoria. Tais bons frutos resultaram de uma postura política que realizou maciço investimento oficial na Educação, aplicado de forma rigorosamente planejada. Há 30 anos, a Coreia do Sul possuía renda "per capita" similar à brasileira e agora a tem duas vezes maior do que a registrada no Brasil, graças a essa concepção de valores educacionais. A Educação é o alicerce fundamental da nação que deseja assumir um decisivo pacto com seu desenvolvimento, desde que sejam afastados do processo funcional de tal empenho quaisquer desvios ou vícios inerentes a esquemas de corrupção. O Brasil fez nas últimas décadas uma correção de rumos no plano educacional, mas esse caminho ainda está sujeito a reparos mais precisos e a uma eficaz vigilância capaz de protegê-lo.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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