Uma faculdade que propõe um teste vocacional diferente, em um ambiente virtual. Uma escola de inglês que, ao final das aulas, revisa o conteúdo com perguntas propostas por um computador. As duas situações apontam uma tendência na área da educação: mais do que uma simples ferramenta de diversão, os games têm se mostrado um importante aliado no processo de aprendizagem.
O foco em uma geração que já nasceu conectada foi o motivo que levou a Faculdade Pitágoras, de Belo Horizonte (MG), a pensar em uma nova maneira de aplicar o teste vocacional. Segundo o diretor regional e líder de inovação da Kroton Educacional, mantenedora da instituição, Sandro Bonás, os exames tradicionais eram repletos de perguntas formais, ministradas de maneira bastante convencional: em um calhamaço de páginas impressas. "Isso era muito chato. O aluno não se dedicava muito, o que podia refletir no resultado", diz. Para Bonás, o alto índice de evasão no período universitário está ligado, também, à opção pelo curso errado. "A escolha da carreira certa faz com que ele continue estudando", afirma.
Baseado na experiência em um ambiente virtual, o game Desafio Pitágoras 3D leva o usuário a ambientes que apontam interesses em determinadas áreas de atuação profissional. Bonás explica que, além das preferências sinalizadas pelo jogador, a velocidade de suas escolhas e o tempo que ele permanece em cada ambiente também são analisados. "Hoje, os jovens têm muita facilidade para lidar com tecnologia. Isso ajuda a trazer seus desejos mais profundos. No teste convencional, ele já vem meio viciado. No game, está se divertindo, não tem preocupação com as respostas", diz. O jogo utiliza uma câmera de infravermelho, que detecta os movimentos do jogador e proporciona a interação somente com gestos, sem segurar ou apertar qualquer mecanismo.
Utilizado em escolas, com alunos de ensino médio, e em feiras de profissões, o game chama a atenção por onde passa. "Quando vamos às escolas, os alunos fazem fila durante o intervalo. Eles têm ficado muito entusiasmados", garante. Bonás conta que, agora, a ideia é aprimorar o projeto, indicando não apenas uma área de atuação, mas também a profissão que mais se encaixa ao perfil do jogador. "Estamos procurando sair da sala de aula tradicional. O mundo tem mudado, mas a sala de aula é a mesma. Queremos que ela seja um ponto de encontro, mas que suas práticas continuem nos games e redes sociais. O futuro da educação está em interagir de maneira diferente", destaca.
Fonte: Terra
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