A gestão escolar apresenta variações de estágios, de conformidade com os investimentos públicos continuados. Por este parâmetro, quanto mais forte economicamente o setor público, maior a possibilidade de destinação de dinheiro para financiar os planos educacionais. Nas regiões carentes de recursos financeiros, as melhorias na área educacional decorrem de um esforço incomum para corresponder à elevada demanda por matrícula, material didático, merenda escolar e equipamentos instrucionais. Estas são exigências obrigatórias de qualquer medida pedagógica para universalizar a escola pública no Brasil.
Dentro desse contexto, representa uma conquista digna de registro haver o Ceará alcançado posição de liderança, no País, relativamente ao quesito inclusão escolar de crianças entre quatro e cinco anos. O Estado conseguiu concentrar na pré-escola 92,2% dessa faixa etária, de conformidade com subsídios levantados pelo Movimento Todos Pela Educação. No País, a média é de 89,1%.
Além do Ceará, somente o Rio Grande do Norte conseguiu atender ao contingente de crianças, superior a 90%, com matrícula assegurada na pré-escola. Um dos fatores que contribuíram para esse resultado satisfatório foi a execução do Programa Bolsa Família, porque seus beneficiários são obrigados a colocar as crianças na escola para receber o dinheiro dado pelo governo.
Essa faixa etária exige medidas especiais no recrutamento de educadores, além do apoio de especialistas treinados em contação de histórias, recreação e preparação de alimentos. Pelo nível de desenvolvimento das crianças em formação, elas reclamam cuidados quanto à alimentação balanceada.
Vencida a etapa da quantidade, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca), o Conselho Estadual de Educação e os especialistas em Educação se voltam, agora, para a busca da qualidade. Para tanto, vêm discutindo a forma de agregar bons professores e consolidar uma estrutura adaptada a essa faixa especial de aprendizagem.
Esta é a fase ideal para elevar a qualidade da escola pública, por corresponder às exigências do processo evolutivo de cada aluno. Uma pré-escola bem semeada propiciará avanços consideráveis nas etapas posteriores da aprendizagem escolar. Para tanto, há necessidade de professores bem qualificados e remuneração condizente com o desafio do trabalho imposto aos mestres.
A pré-escola é um setor da alçada exclusiva das prefeituras municipais. Como nem todos os municípios dispõem de recursos financeiros, humanos e tecnológicos para atender à demanda por matrículas, o Estado exerce ação suplementar, embora decisiva na quantificação das vagas exigidas.
A integração entre Estado e municípios, nesse campo, vem sendo possibilitada pelo eixo de Educação existente no Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic). O programa monitora o atendimento das crianças na faixa etária para a pré-escola, entre quatro e cinco anos, mobilizando os municípios para ofertar salas adequadas para a pré-escola.
A Educação infantil recebeu incentivo no País, com a aprovação de emenda constitucional, em 2009, incluindo a pré-escola como uma etapa obrigatório no sistema educacional. Até então, a matrícula era compulsória no ensino fundamental, de seis a 14 anos. Hoje, a escola para abrigar os pequeninos está alinhada entre os compromissos educacionais do País. Melhor para as novas gerações, melhor para a Educação.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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