sábado, 7 de abril de 2012

Vamos à luta!

Em meio aos caos político, econômico, social e ético, este texto tem como objetivo refletir sobre a qualidade da Escola pública no Brasil, problematizando a questão e sugerindo mudanças na direção da igualdade de condições para todos.
Em primeiro lugar, a Escola pública de qualidade passa pela descentralização do poder político que verticaliza as desigualdades para a democracia que horizontaliza e oportuniza o bem comum a todos. Sendo assim, é preciso pensar em políticas públicas educacionais contínuas e que tenham como meta mais investimento e melhores condições materiais para a Escola pública brasileira. Enquanto a política no Brasil pensar na riqueza de alguns às custas da pobreza de muitos, nossa Escola pública sempre estará longe a dos países desenvolvidos, fomentando, assim, a miséria e impedindo a qualidade de vida para todos.
Em segundo lugar, a Escola pública de qualidade tem como objetivo a isonomia humanitária e não o capital que nos coisifica. Nisso, percebemos que as relações comerciais são pautadas na lógica do mercado e do lucro. Logo, somos o que temos e, por isso, quem não tem nada não é considerado como sujeito social digno de boas condições de vida. Diante disso, a Revolução Industrial e o “progresso” do capital tem muito mais um quefazer de retrocesso do que de emancipação. Tal realidade está estampada no cotidiano social e se materializa na sala de aula quando nos deparamos com a miséria e a desigualdade social. Portanto, precisamos lutar por uma Escola pública que pelo menos tenha condições de minimizar as disparidades sociais na direção da humanização de nossos educandos através da utopia da Educação.
Em terceiro lugar, a Escola pública de qualidade passa pela valorização do magistério tão massacrado em nosso país. Além dos baixos salários, falta de recursos pedagógicos e materiais adequados para uma docência de qualidade, o professor no Brasil luta com a falta de tempo para o planejamento de ensino e a formação continuada emancipatória. Assim, não é possível contribuir para a construção de uma Escola pública de qualidade se ao professor no Brasil é sonegado o direito de plenas condições para uma docência eficaz junto aos educandos. É desumano pensar que em meio a uma sala de aula entre trinta e cinco e quarenta alunos, alguns fora de faixa, tendo a realidade da violência e indisciplina constante, por conta de questões sociais e familiares, o professor possa mudar alguma coisa socialmente de forma pedagógica.
Diante disso, penso que o trabalho do professor nessas situações é como tentar encher um oceano de desigualdade sociais com o “conta gotas da Educação”. Contudo, entendo que a Escola pública de qualidade que queremos nasce daquela que já temos.
Vamos à luta utopizando o impossível a partir do possível a ser feito!
Hamilton Perninck Vieira, Pedagogo, in: O Povo (CE)

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