sexta-feira, 6 de abril de 2012

O motivo da nota baixa na sala de aula

A última edição do Programa de Avaliação da Educação Básica do Estado, o Paebes, revelou uma situação que há décadas preocupa o país: nossos alunos estão saindo do Ensino Médio sem saber o mínimo esperado nas disciplinas da área de ciências, ou seja, em Biologia, Química e Física.
Outras avaliações de larga escala no Brasil também têm mostrado, a exemplo do Paebes, que nessa área os estudantes têm o pior desempenho, se comparado com as disciplinas de Matemática e Português. E não importa se estamos falando da rede pública ou particular.
A diferença entre elas é pequena, com uma ligeira vantagem para as Escolas privadas. Mas, afinal, por que continuamos "engatinhando" quando o assunto é o desenvolvimento das ciências, dentro e fora da Escola?
Entre os fatores que explicam o mau desempenho dos alunos está a falta de qualificação dos professores que atuam na área. Em todo o país, apenas 4% dos profissionais que dão aulas na Educação básica têm formação superior em ciências. No Estado, uma média de 50% deles também não é formada na disciplina para a qual dá aulas. É comum termos, por exemplo, professores de Matemática dando aulas de Física ou enfermeiros ensinando Biologia, explica o secretário Estadual de Educação, Klinger Barbosa Alves. Isso quando não há alunos de graduação dando aulas para alunos do ensino básico ou quando o professor não tem formação nem mesmo em áreas correlatas.
A situação porém, é consequência de uma outra: a falta de interesse dos alunos que saem da Educação básica por esses cursos de graduação, que têm como principal função formar, justamente, futuros professores. E logo vemos um ciclo vicioso se formando, conforme explica o especialista em Educação e ex-diretor da Unesco, Jorge Werthein. "O problema é que o ensino de ciências não é prioridade no Brasil. Não há políticas públicas efetivas que incentivem a realização de pesquisa e que valorizem o desenvolvimento de conhecimento na área. Com isso, as ciências acabam sendo vistas por alunos e até mesmo pelos professores como algo difícil, distante da nossa realidade. E se não formamos bons professores, também não vamos formar bons alunos, e história vai se repetindo", diz.
Fonte: A Gazeta (ES)

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