sábado, 1 de outubro de 2011

Baixo desempenho, medidas para melhorar

Divulgado anualmente, o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio costuma se tornar o “bicho papão” das escolas públicas, por apresentarem os piores desempenhos na maioria das vezes. Porém, a tentativa de transformar o baixo resultado em melhores notas tem surtido efeito em diversas unidades. A escola estadual Deputado Ubaldo Monteiro da Silva é um exemplo. Melhorou sua nota no último Enem, cujo resultado foi divulgado na última semana. A unidade teve 488 pontos no Enem de 2009 e 533 em 2010, maior nota alcançada por uma escola de Várzea Grande na categoria que participação entre 25% e 50% dos alunos. 
Apesar da estrutura precária, os funcionários reúnem-se constantemente pensando os métodos pedagógicos de forma coletiva. Estudam as teorias da Educação e tem uma maneira estabelecida de avaliação que todos os professores seguem. 
Além de existir esse cuidado, a escola também se destaca por outros motivos: utiliza amplamente as tecnologias, cria relatórios individuais das ações dos estudantes, trabalha com projetos em todas as disciplinas e também desenvolve o projeto “escola aberta” em que a comunidade pode fazer atividades dentro da escola aos finais de semana. 
É cultura ainda na Deputado Ubaldo Monteiro a realização de conversas entre psicopedagoga, professor conselheiro (escolhido no início do ano letivo) e aluno. Em cada bimestre esses dois profissionais sentam individualmente com cada estudante para falar sobre seu processo de aprendizado. De acordo com a psicopedagoga e assistente de projetos Alzira Oliveira Molina e a diretora Elma Francisca Gomes, “os professores falam que aqui os alunos são tratados como filhos”. 
Para Alzira, os alunos da Deputado Ubaldo são bastante críticos. “Falam o que pensam e quando passam do limite eles tem que ter conhecimento de causa”. Ela explica que eles são provocados a argumentar. Segundo a diretora, porém, mesmo assim, eles ainda precisam estudar mais. 
Ambas educadoras queixaram-se de que, apesar do esforço coletivo, precisa melhorar a estrutura da unidade: as salas não têm ventilação, são hiperlotadas, há problemas nos telhados e não há quadra coberta. Mas reforçam que “apesar de todas dificuldades da falta de estrutura física, a gestão e o grupo de profissionais unem forças para ter sucesso na prática cotidiana e pedagógica”. 
Uma das conquistas da escola foi a criação de uma biblioteca. Com força própria, a comunidade juntou o dinheiro da festa junina e organizou um espaço pequeno na escola, que agora abriga cerca de 800 títulos. Segundo a diretora e a psicopedagoga, os alunos têm lido bastante. “A gente se preocupa com a vida dos alunos, com o futuro deles”. 
Sobre o Enem, elas dizem ser “uma porta para o futuro” e acreditam que as pessoas que saem bem no Exame provavelmente conseguirão organizar a vida e não cometer equívocos, como fazer uso de drogas. 
De acordo com Alzira e Elma, que enfatizaram diversas vezes também o trabalho das coordenadoras Laurinda Vieira de Paula e Márcia Janaína, a escola não tem problemas com violência e, em casos de bullying, “como em toda escola”, conversam com o aluno e com os pais e conseguem sempre contornara a situação. 
A escola Deputado Ubaldo Monteiro da Silva sempre envia projetos para a Secretaria de Estado de Educação. Desta vez foi contemplada. Quinta-feira, em reunião com a Seduc, a diretora e os funcionários souberam que haverá uma “rádio jovem” na instituição, que poderá atender aos 876 alunos, dos quais 280 são do Ensino Médio
Diário de Cuiabá (MT)

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