Embora as novas universidades federais representem mais vagas no ensino superior público, há um sinal amarelo na procura por cursos de licenciaturas, responsáveis por formar os futuros professores da Educação básica do país.
Enquanto a concorrência por cursos de direito, medicina e engenharia nas novas instituições se multiplica, a realidade é diferente em graduações como pedagogia, matemática, letras, física, química, geografia e história. Na maioria dos casos há aumento de procura, mas é uma variação bastante marginal na comparação com os programas mais famosos.
Em 2006, ano de implantação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), o curso de engenharia de produção atraía quatro candidatos por vaga; no vestibular deste ano o indicador bateu em nove. A relação candidato-vaga para a licenciatura em matemática em 2006 era de 1,96 e caiu para 1,73 em 2011.
A concorrência é mínima para o curso de letras em espanhol ou inglês, com relação candidato-vaga de 2,2 e 4,5, respectivamente. O curso matutino de pedagogia na Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS) aumentou a mesma relação de 0,50 para 1,36 do vestibular de 2010 para o de 2011.
Na Universidade Federal da Integração Latino-Americana, a procura por engenharia supera 50 candidatos por vaga, mas licenciatura em letras tem concorrência de nove por vaga.
Algumas universidades justificam que a aceitação de mais instituições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como vestibular reduz a concorrência, mas o Ministério da Educação(MEC) monitora o assunto.
"Estamos em permanente contato com as universidades discutindo formas de tornar as licenciaturas mais atrativas, mas não podemos abandonar as graduações que formam professores, mesmo com baixa procura. Temos que insistir e melhorar os programas, embora o problema também esteja relacionado com as condições de trabalho oferecidas aos professores da Educação básica brasileira", reconhece Luiz Cláudio Costa, secretário de ensino superior do MEC. (LM)
Valor Econômico (SP)
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