A cada ano, gerações ainda mais digitais chegam às escolas. São crianças conectadas, acostumadas com instantaneidade, interatividade e autonomia que agitam corpo pedagógico, estrutura e pais.
Esses jovens da geração Z, nascidos a partir da segunda metade da década de 90 e em tempos da conectividade total, dominam as ferramentas tecnológicas desde a primeira infância e já raciocinam de forma participativa e multitarefa.
Este cenário traz à tona discussões de modelos e abordagens pedagógicas que sejam efetivos para as atuais e futuras gerações de estudantes. Faz-se necessária uma mudança do conceito de Educação, buscando o desenvolvimento de competências imprescindíveis para a atual organização.
Nos novos ambientes de aprendizagem os próprios alunos trilham seus passos na busca de conhecimento e o fazem com instrumentos que lhes são familiares: as ferramentas tecnológicas.
O modelo de Educação um a um, como é conhecido quando cada aluno tem seu computador portátil, é realidade na Argentina, Coreia, Portugal, Rússia, Turquia, entre outros.
No México e na Índia, os estudantes que tiveram acesso aos computadores apresentaram um aumento significativo nas notas em comparação com o grupo que não foi exposto às interfaces computacionais.
Esses exemplos podem ajudar o Brasil na maior adoção do modelo por meio de iniciativas como o Programa Um Computador por Aluno (Prouca), instituídoem2010 pela Presidência da República e coordenado em conjunto com o Ministério da Educação.
O objetivo é promover a inclusão digital pedagógica e o desenvolvimento dos processos de ensino-aprendizagem de alunos e professores das escolas públicas brasileiras, mediante o uso de laptops educacionais.
Segundo a avaliação de impacto social do Projeto UCA-Total, realizada em 2010 pelo Instituto de Economia da UFRJ, sob coordenação do IBGE, nas escolas em que o programa foi adotado, há um maior comprometimento dos alunos, além de motivação e assiduidade às aulas.
Os professores relatam maior interação entre os estudantes, melhora no desempenho de certas disciplinas e queda na evasão escolar. Com a possibilidade de levar os computadores para casa, a família também participa do processo de Educação básica.
As redes municipais e estaduais podem aderir ao programa pelo Regime Especial de Aquisição de Computadores Para Uso Educacional, usando recursos próprios ou uma linha de crédito concedida pelo BNDES. O preço do laptop não passa de R$ 380.
Este projeto é uma oportunidade de introduzir a tecnologia nas aulas e fomentar o interesse de alunos, professores e comunidades, contribuindo para o ensino de qualidade.
Apesar da adesão ao Prouca estar abaixo do esperado, ainda há tempo de exigir das prefeituras maior comprometimento. É um instrumento para colocar o Brasil no caminho do desenvolvimento social e econômico.
Brasil Econômico (SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário