Um grupo de 24 professores de escolas
públicas de diferentes Estados brasileiros se prepara para embarcar em uma
viagem de sonhos. Educadores que enfrentam a dura realidade da falta de
estrutura da rede pública e as dificuldades de tornar o conteúdo das aulas
atraente vão ter a chance de aprimorar técnicas e metodologias de ensino nos
Estados Unidos.
Eles foram selecionados para
participar de um programa organizado pela Embaixada dos Estados Unidos, em
parceria com a Comissão Fullbrigth, e financiado pelo governo federal. Durante
quase 60 dias, terão aulas teóricas e práticas na Universidade de Oregon, que
fica no estado de mesmo nome.
A proposta é proporcionar troca de
experiências entre os próprios professores brasileiros – há docentes de Santa
Catarina, Amapá, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo, São Paulo,
Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal – e
ajudá-los a utilizar melhor novas tecnologias e metodologias para mais
eficiência no ensino da língua inglesa.
Susan Bell, adida para assuntos
culturais e educacionais da Embaixada dos Estados Unidos, conta que o programa
começou a ser desenhado há três anos. “Nosso objetivo era criar trocas de
técnicas, experiências. Mandamos um primeiro grupo em janeiro de 2011. O
sucesso foi tão grande, que queremos expandir. E o governo brasileiro percebeu
isso”, afirma.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) ficou animada com o projeto, segundo conta
Susan. Por isso, decidiu quadruplicar o número de bolsas concedidas este ano.
Em janeiro de 2011, ofereceu 10 e o governo americano, mais 10. Este ano,
aumentou para 40. Em janeiro, 25 professores foram para lá. Agora, outros 24
farão o mesmo.
Marinheiros de primeira viagem
Tânitha Medeiros, 32 anos, é uma das
professoras que participa da iniciativa. Ela conta que comemorou muito o fato
de ter sido uma das escolhidas. A embaixada recebeu mais de 2 mil inscrições
para o programa. Além do currículo, carta de recomendação, nota em teste de
proficiência, os candidatos precisavam demonstrar liderança e excelência no
trabalho.
“Fazer esse curso está me motivando
muito. Nós, professores de escolas públicas, temos de lidar com indisciplina
dos alunos, falta de compromisso deles e dos pais, que não acompanham os
estudos deles, salários baixos. Mas eu quero encontrar estratégias para mudar
isso. Quero encontrar novas alternativas”, conta.
A professora da rede municipal de
Goiânia acredita que a experiência vai provocar reflexões sobre as próprias
práticas em sala de aula. Na volta, já planeja repassar tudo para os colegas,
em encontros. “Somos sementes”, diz. Para muitos, a viagem será a primeira para
o exterior. “A gente vai ganhar mais propriedade para ensinar a língua”,
comenta Tatiana Carvalho, 32.
Tatiana, que é professora em São
Paulo, é uma das que não conhece os Estados Unidos ainda. Jackson Reder, 42
anos, de Vila Velha, também não. Ambos estão ansiosos e querem “absorver” tudo
o que puderem ao máximo. “Eu espero conhecer mais da cultura e fazer amizades
duradouras”, comenta.
Pausa na capital
Antes de embarcarem para os Estados
Unidos, o grupo de professores de outros Estados ganhou um passeio pela capital
federal. Alguns nunca tinham vindo a Brasília. Ana Cláudia Santos Dalla Corte,
36 anos, que mora na cidade de Ubiratã, no Paraná, ficou maravilhada. “Estou
encantada. Acho que todo estrangeiro deveria conhecer essa cidade, para ver
como podemos ser organizados”, brincou. “Estou muito animada”, disse.
Fonte: iG
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