sábado, 30 de junho de 2012

Professores de inglês da rede pública ganham formação nos Estados Unidos

Um grupo de 24 professores de escolas públicas de diferentes Estados brasileiros se prepara para embarcar em uma viagem de sonhos. Educadores que enfrentam a dura realidade da falta de estrutura da rede pública e as dificuldades de tornar o conteúdo das aulas atraente vão ter a chance de aprimorar técnicas e metodologias de ensino nos Estados Unidos.
Eles foram selecionados para participar de um programa organizado pela Embaixada dos Estados Unidos, em parceria com a Comissão Fullbrigth, e financiado pelo governo federal. Durante quase 60 dias, terão aulas teóricas e práticas na Universidade de Oregon, que fica no estado de mesmo nome.
A proposta é proporcionar troca de experiências entre os próprios professores brasileiros – há docentes de Santa Catarina, Amapá, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal – e ajudá-los a utilizar melhor novas tecnologias e metodologias para mais eficiência no ensino da língua inglesa.
Susan Bell, adida para assuntos culturais e educacionais da Embaixada dos Estados Unidos, conta que o programa começou a ser desenhado há três anos. “Nosso objetivo era criar trocas de técnicas, experiências. Mandamos um primeiro grupo em janeiro de 2011. O sucesso foi tão grande, que queremos expandir. E o governo brasileiro percebeu isso”, afirma.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ficou animada com o projeto, segundo conta Susan. Por isso, decidiu quadruplicar o número de bolsas concedidas este ano. Em janeiro de 2011, ofereceu 10 e o governo americano, mais 10. Este ano, aumentou para 40. Em janeiro, 25 professores foram para lá. Agora, outros 24 farão o mesmo.

Marinheiros de primeira viagem
Tânitha Medeiros, 32 anos, é uma das professoras que participa da iniciativa. Ela conta que comemorou muito o fato de ter sido uma das escolhidas. A embaixada recebeu mais de 2 mil inscrições para o programa. Além do currículo, carta de recomendação, nota em teste de proficiência, os candidatos precisavam demonstrar liderança e excelência no trabalho.
“Fazer esse curso está me motivando muito. Nós, professores de escolas públicas, temos de lidar com indisciplina dos alunos, falta de compromisso deles e dos pais, que não acompanham os estudos deles, salários baixos. Mas eu quero encontrar estratégias para mudar isso. Quero encontrar novas alternativas”, conta.
A professora da rede municipal de Goiânia acredita que a experiência vai provocar reflexões sobre as próprias práticas em sala de aula. Na volta, já planeja repassar tudo para os colegas, em encontros. “Somos sementes”, diz. Para muitos, a viagem será a primeira para o exterior. “A gente vai ganhar mais propriedade para ensinar a língua”, comenta Tatiana Carvalho, 32.
Tatiana, que é professora em São Paulo, é uma das que não conhece os Estados Unidos ainda. Jackson Reder, 42 anos, de Vila Velha, também não. Ambos estão ansiosos e querem “absorver” tudo o que puderem ao máximo. “Eu espero conhecer mais da cultura e fazer amizades duradouras”, comenta.

Pausa na capital
Antes de embarcarem para os Estados Unidos, o grupo de professores de outros Estados ganhou um passeio pela capital federal. Alguns nunca tinham vindo a Brasília. Ana Cláudia Santos Dalla Corte, 36 anos, que mora na cidade de Ubiratã, no Paraná, ficou maravilhada. “Estou encantada. Acho que todo estrangeiro deveria conhecer essa cidade, para ver como podemos ser organizados”, brincou. “Estou muito animada”, disse.
Fonte: iG

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