Uma das principais publicações
mundiais sobre o uso de tecnologia em salas de aula é a NMC Horizon Report,
publicada pela New Media Consortium em conjunto com a Educause Learning
Initiative. Em seu relatório de 2012, perguntava-se sobre as principais
tecnologias que modificarão o Ensino-aprendizagem nos próximos cinco anos.
O uso de tablets eletrônicos, bem
como de outros dispositivos móveis, figurava como o próximo passo a ser dado
pelas instituições de ensino.
Como explicar esta tendência? É muito
simples: observe a seu redor. Os tablets estão cada vez mais presentes no
cotidiano das crianças.
Fica cada vez mais claro que sua
presença em sala de aula é inevitável. A NMC Horizon Report prevê que isso
deverá acontecer em até dois anos.
Para as instituições de ensino, fica
o desafio: vão precisar investigar e refletir sobre como o tablet poderá ser
incorporado ao ensino de forma prática e eficaz.
Neste momento, são muitas as
perguntas levantadas e cabe aos profissionais do mundo de ensino procurar
respondê-las. O potencial para a sala de aula é imenso.
Todas as características reunidas num
só aparelho como o tablet certamente são um conjunto de recursos que podem
viabilizar inúmeras atividades pedagógicas, facilitar a visualização de
conteúdos cognitivos, além de estimular atividades cooperativas e o desenvolvimento
de projetos.
No entanto, qual seria a implicação
da adoção desta nova tecnologia na sala de aula para o Professor e a pedagogia?
Alguns estudos comprovaram a necessidade de uma interação adulto-criança na
aprendizagem. Aqui, vale lembrar que interativo não significa educativo.
Do ponto de vista educacional, a
aprendizagem é sempre mediada: tal qual na tradição sócioconstrutivista, que
acredita na necessidade de um expert guiando o "novato" para levar o
processo da aprendizagem além da chamada "zona de desenvolvimento
proximal" do aluno.
É bem provável que o papel do
professor fique consolidado verdadeiramente como um "facilitador" da
aprendizagem, com toda a importância que este termo atribui à função do
profissional, à medida que entendamos a importância da tecnologia como auxiliar
do processo. Ser um facilitador exige um grande empenho do professor.
O professor deverá ser alguém que
conhece bem seus alunos e consegue promover a aprendizagem norteada pelo
sucesso, pela realização, criatividade e inovação através da colaboração entre
seus alunos e ele próprio.
Neste modelo educacional, o aluno
passa a ser o principal agente de sua aprendizagem.
O uso do tablet na escola exige um
professor preparado, dinâmico e investigativo, pois as perguntas e novas
situações que surgirão durante a implementação desta tecnologia em sala de aula
fogem do controle preestabelecido do currículo.
Este é o maior desafio desta
tecnologia. Isto nos remete também ao papel insubstituível do professor:
elaborar estratégias que deem significado a essa porta que se abre para o
universo do conhecimento.
Dentro desta perspectiva, é vital que
as instituições educacionais possam entender que esta é uma nova questão para
todos - e tratá-la como tal.
O processo de implementação traz este
desafio: nem sempre poderemos acertar com as tentativas de implementação da
nova tecnologia em questão.
As escolas precisam de tempo e
oportunidades para errar e aprender com os seus erros e, assim, seguir rumo à
redefinição de seus escopos.
Maria Lucia Willemsens, diretora-superintendente da rede de Escolas
Cultura Inglesa, in: O Globo (RJ)
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