Ensinar não é fácil. É uma mistura de
aprendizado com os Alunos e necessidade de discutir novas formas de ver o
mundo. Nem sempre nossos valores, pensamentos são aqueles que nossos Alunos
pretendem colher. A pluralidade que tentamos implantar em sala de aula é
confundida com o apoio a causas menores. A diversidade que deveria nortear o
espaço pedagógico recebe patrulhamento ideológico por parte de outros Docentes,
famílias dos discentes e a própria direção institucional. Assim, há um grande
desafio de reunir numa mesma sala anseios diferentes, carregados de
preconceitos, padrões de cultura e pensamentos distantes da realidade mas que
precisam ser ouvidos e trabalhados.
Por outro lado, a escolha da
profissão " Professor" vem sofrendo desvalorização mercadológica,
pelos salários nem sempre atrativos e pela falta de reconhecimento efetivo. A
violência que reina no ambiente acadêmico é estressante e desenvolve uma série
de defesas que inibem as verdadeiras práticas de docência. Todo mundo se acha
um pouco "Professor" e alguns fazem da mesma "um bico" para
garantir "status social" em suas empresas. Foi empreendedor: buscou
novas formas de Ensino-aprendizagem, esteve presente em suas aulas e conseguiu
criar uma sinergia com o mundo externo, fora do campus, se tornando um elo de
desenvolvimento sustentável. A marca do Educador não é apenas a sala de aula
mas é o sentimento que cada um de nossos ex Alunos guardará, para sempre em
seus corações, de que nosso esforço educacional valeu a pena e que deixamos
alguma semente plantada num mundo de tantas injustiças e falta de
solidariedade.
Bayard do Coutto Boiteux, professor e escritor, in: Diário do Nordeste
(CE)
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