No fim de 2010, o Ministério da
Educação apresentou um projeto que estabelece quais são os objetivos da
Educação para esta década (2011-2020). O texto traz vinte metas, que pretendem,
ao longo do período, alterar a realidade das Escolas no sentido de qualificar o
atendimento, principalmente no Ensino básico. Todas as metas poderão ser
atingidas desde que haja políticas públicas consistentes, continuidade dessas
políticas e investimento na formação e valorização do quadro de Professores. O
objetivo de assegurar a todas as crianças e jovens o Ensino básico e permitir
que eles concluam seu processo de Escolarização básica pode continuar
sacrificando a qualidade em função da quantidade.
Todavia, sabemos que a realidade das
Escolas poderá ser mudada se, sobretudo, as metas propostas estiverem apoiadas
na confiança, na ação e no empenho dos Professores. Isso significa que, se os
Professores não acreditarem na força e na seriedade das políticas educacionais
e não as efetivarem no contexto das Escolas, o Plano Nacional de Educação (PNE)
será apenas mais um plano bem intencionado, porém ineficaz. Deve existir um
projeto social e político que aponte, por meio de ações concretas, o desejo de
se transformarem significativamente as metodologias e os conceitos que hoje
determinam os fazeres Escolares. Ninguém ignora que é a intervenção pedagógica
adequada dos Educadores que faz quase toda a diferença na Escola.
Todos defendem a ideia de que a
atividade Docente está cada vez mais complexa e exigente; no entanto, também é
consensual a ideia de que a carreira Docente com um estatuto social decadente,
formação fragilizada e remuneração baixa não atrai à profissão os estudantes
mais qualificados nem anima os melhores profissionais a se manterem nas Escolas
públicas. Em um tempo em que nós, a sociedade como um todo e as autoridades
educacionais buscamos uma Escola que atenda mais e melhor à população que dela
faz uso, é imprescindível que medidas palpáveis sejam estabelecidas a curto e
médio prazo, a fim de tornarmos a carreira Docente um pouco mais atraente.
Francisca Giacometti Paris, in: Jornal de Brasília (DF)
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