Alguns termos tornaram-se muito
conhecidos dos brasileiros desde a Rio-92. Sustentabilidade, por exemplo, tem
sido muito utilizado, visto a aproximação da Rio+20. Empregado mais
rotineiramente em referência a projetos relacionados ao meio ambiente, o termo
cunhado em 1983 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
abriga, na verdade, um conceito muito mais amplo, que é o de garantir a
capacidade de manter os crescentes níveis de desenvolvimento sem comprometer o
atendimento às necessidades das futuras gerações.
Sob esse prisma, todos os projetos
devem levar em conta a viabilidade econômica, ambiental e social. É, portanto,
de grande valia a discussão sobre os temas centrais da Rio+20, que são a
“economia verde” no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da
pobreza e a estrutura institucional para o crescimento sustentável. Trata-se de
um ambiente propício, em que serão apresentadas as melhores práticas do mercado
que enderecem esses temas.
O encontro também irá reforçar a
ideia de que é possível, desejável e necessário investir em projetos
sustentáveis e, com foco principal no capital humano e tecnologia, como fatores
críticos capazes de impulsionar o Brasil frente à competitividade global.
Economias sustentáveis privilegiam a
transformação eficiente de recursos em riqueza e a construção de uma matriz
energética diversificada. Esse paradigma somente se realiza com profissionais
de sólida formação acadêmica, que podem prover as empresas com tecnologia e
inovação necessárias. Felizmente, esse passo fundamental foi dado pelo nosso
país, que tem destacado entre seus principais objetivos a Educação, a ciência,
a tecnologia e a inovação, e que serão debatidos durante a conferência.
Ciência e Educação são poderosos
agentes de transformação social, mas sua ênfase é também um desafio para a
sociedade. Agora é preciso que a iniciativa privada invista pesadamente em
Educação e capacitação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática — disciplinas
que estimulam a descoberta, a aprendizagem exploratória e o raciocínio. Isso
não apenas no nível universitário, mas ainda no Ensino fundamental e médio,
onde é formada a juventude de um país.
Esse investimento poderá de fato
promover uma transformação sem precedentes no sentido de criar uma nova
economia do conhecimento no Brasil, globalmente competitiva e sustentável, que
pode e deve ser alavancada por megaprojetos, como o do pré-sal. O risco de não
continuarmos a investir nas áreas de ciência, tecnologia e inovação é impedir
que o país atinja os níveis de competitividade necessários para se destacar no
mercado mundial.
Mais do que um fórum de debates, a
Rio+20 é um chamado para que as empresas assumam seu papel indelegável neste
momento especial que o país atravessa. Investir em uma estratégia que
privilegia a pesquisa e a inovação, o aumento de produtividade e
competitividade do conteúdo local, o investimento social (principalmente em
Educação) e o meio ambiente (incluindo a biodiversidade brasileira) é um dever
de todo o empresariado realmente comprometido com o futuro do país. Assim
fazendo, não somente estaremos cumprindo com nossas obrigações de empresários
cidadãos, mas também agindo como esperam os nossos acionistas, com nossos
parceiros e as comunidades onde atuamos. Estaremos sobretudo contribuindo para
transformar o Brasil em um país melhor.
Fonte: Correio Braziliense (DF)
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