segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ciência e Educação como agentes transformadores

Alguns termos tornaram-se muito conhecidos dos brasileiros desde a Rio-92. Sustentabilidade, por exemplo, tem sido muito utilizado, visto a aproximação da Rio+20. Empregado mais rotineiramente em referência a projetos relacionados ao meio ambiente, o termo cunhado em 1983 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento abriga, na verdade, um conceito muito mais amplo, que é o de garantir a capacidade de manter os crescentes níveis de desenvolvimento sem comprometer o atendimento às necessidades das futuras gerações.
Sob esse prisma, todos os projetos devem levar em conta a viabilidade econômica, ambiental e social. É, portanto, de grande valia a discussão sobre os temas centrais da Rio+20, que são a “economia verde” no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o crescimento sustentável. Trata-se de um ambiente propício, em que serão apresentadas as melhores práticas do mercado que enderecem esses temas.
O encontro também irá reforçar a ideia de que é possível, desejável e necessário investir em projetos sustentáveis e, com foco principal no capital humano e tecnologia, como fatores críticos capazes de impulsionar o Brasil frente à competitividade global.
Economias sustentáveis privilegiam a transformação eficiente de recursos em riqueza e a construção de uma matriz energética diversificada. Esse paradigma somente se realiza com profissionais de sólida formação acadêmica, que podem prover as empresas com tecnologia e inovação necessárias. Felizmente, esse passo fundamental foi dado pelo nosso país, que tem destacado entre seus principais objetivos a Educação, a ciência, a tecnologia e a inovação, e que serão debatidos durante a conferência.
Ciência e Educação são poderosos agentes de transformação social, mas sua ênfase é também um desafio para a sociedade. Agora é preciso que a iniciativa privada invista pesadamente em Educação e capacitação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática — disciplinas que estimulam a descoberta, a aprendizagem exploratória e o raciocínio. Isso não apenas no nível universitário, mas ainda no Ensino fundamental e médio, onde é formada a juventude de um país.
Esse investimento poderá de fato promover uma transformação sem precedentes no sentido de criar uma nova economia do conhecimento no Brasil, globalmente competitiva e sustentável, que pode e deve ser alavancada por megaprojetos, como o do pré-sal. O risco de não continuarmos a investir nas áreas de ciência, tecnologia e inovação é impedir que o país atinja os níveis de competitividade necessários para se destacar no mercado mundial.
Mais do que um fórum de debates, a Rio+20 é um chamado para que as empresas assumam seu papel indelegável neste momento especial que o país atravessa. Investir em uma estratégia que privilegia a pesquisa e a inovação, o aumento de produtividade e competitividade do conteúdo local, o investimento social (principalmente em Educação) e o meio ambiente (incluindo a biodiversidade brasileira) é um dever de todo o empresariado realmente comprometido com o futuro do país. Assim fazendo, não somente estaremos cumprindo com nossas obrigações de empresários cidadãos, mas também agindo como esperam os nossos acionistas, com nossos parceiros e as comunidades onde atuamos. Estaremos sobretudo contribuindo para transformar o Brasil em um país melhor.
Fonte: Correio Braziliense (DF)

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