O Estado deve investir na qualidade
dos professores e, inclusive, na premiação dos melhores para aperfeiçoar o
desempenho dos alunos brasileiros de forma mais rápida. Essa é uma das
conclusões da análise de 400 estudos mundiais sobre melhoria do aprendizado que
foram selecionados pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República, pelo Instituto Ayrton Senna e pelo Movimento Todos pela Educação.
Em audiência pública promovida pela
Comissão de Educação e Cultura da Câmara e pela Frente Parlamentar Mista da
Educação, o secretário de Ações Estratégicas do governo federal, Ricardo Paes
de Barros, disse que ter aula com o melhor docente da escola pode significar ao
estudante um aumento no aprendizado de quase 70%: "A educação acontece
quando um bom professor se encontra com um aluno motivado por horas. Quanto
mais eles se encontrarem, maior será o aprendizado".
Para maximizar a quantidade de bons
professores, segundo Paes de Barros, é necessário premiá-los, seja por meio de
certificados, incentivos em projetos ou bonificações salariais. “Um dos
problemas da profissão é que os próprios professores se convenceram de que eles
são todos iguais, e que as diferenças entre eles não devem ser ressaltadas,
documentadas, premiadas", argumentou.
Avaliação
O presidente da frente parlamentar,
deputado Alex Canziani (PTB-PR), sustentou que o Brasil poderia ter sistemas
mais refinados de avaliação da qualidade dos docentes como existem em outros
países. Ele sugeriu a utilização de uma instituição independente que possa
certificar quem é um bom professor. “Além de estarmos estimulando aqueles que
não são considerados os melhores professores, poderemos pôr em prática a
meritocracia. É justo pagarmos, darmos condições ou estimularmos mais aqueles
que são mais efetivos na sua atividade", explicou.
Paes de Barros também citou dados que
apontam acréscimos de mais de 40% na aprendizagem com a redução dos alunos por
sala de aula, de 22 para 15, e com o aumento do calendário letivo de 190 para
200 dias.
Recursos
O secretário de Ações Estratégicas destacou ainda que o objetivo agora deve ser melhorar a qualidade, e não a quantidade, de recursos para o ensino. Conforme ele, o Chile gasta 4% do PIB em educação e está mais bem colocado que o Brasil, que gasta 5% do seu PIB, nos testes internacionais. Paes de Barros lembrou, no entanto, que o investimento no país andino chega a mais de 7% quando o gasto privado é somado.
O especialista propôs que os alunos
brasileiros com boas condições financeiras paguem para estudar nas
universidades públicas. "Esse é um gasto com educação que a gente poderia
induzir as famílias a ter – isso é o que acontece no Chile. Se você é de classe
média alta, rico e colocou seu filho na universidade pública, mais do que
bem-vindo. Só que terá de pagar, pois não precisa que eu pague por você",
declarou.
Atualmente, informou Paes de Barros,
o Brasil está entre os cinco países que mais avançaram na pontuação dos testes
internacionais de avaliação do ensino na última década. Por outro lado, ainda
está entre os 20% piores na colocação geral.
Fonte: Agência Câmara
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