O conceito de que o aluno é quem faz a escola acaba de ser derrubado com a revisão de quase 200 artigos científicos nacionais e internacionais sobre Educação, reunidos em único estudo chamado Caminhos para Melhorar o Aprendizado.
De acordo com o documento, alunos dos melhores professores aprendem 68% mais do que os colegas orientados pelos piores docentes. Quantidade de alunos por sala, apoio e estrutura da escola também são fundamentais para esses resultados.
Fruto de um trabalho conjunto entre a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Instituto Ayrton Senna e movimento Todos pela Educação, o levantamento considerou apenas as pesquisas cuja amostra contou pelo menos com 2 mil pessoas ou cem escolas – entre instituições de ensino fundamental e médio.
A compilação reúne dados a partir de experiências em salas de aula que obtiveram resultados positivos para o aprendizado. De acordo com o documento, os textos analisados e tornados públicos demonstram que “uma boa escola e um bom professor são indispensáveis para o aprendizado do aluno”.
“Por muito tempo, os estudos mostraram que o ambiente familiar era mais importante para o aprendizado e o professor, pouco. Os estudos passados falharam”, afirma Renato Paes de Barros, secretário da SAE. “Os novos demonstram que a qualidade do professor é a coisa mais importante da escola”, completa.
E nem sempre os educadores com mais tempo de carreira e com a melhor formação acadêmica são os melhores. De acordo com Barros, as pesquisas não apontam exatamente as características que o bom docente tem – ou deveria ter –, mas argumenta que “todo aluno e toda direção sabe quando o professor é bom”. E frisa: “Os alunos realmente aprendem.”
Especialistas e gestores ouvidos pela reportagem sustentam que a Educação continuada do educador é fundamental para seu desempenho em sala. Para Paes de Barros, as escolas deveriam ter fichas – semelhantes a dos médicos – com um tipo de diagnóstico escolar do estudante, além de avaliações, como a Prova Brasil, todos os anos. “Ajudaria a medir o quanto as crianças aprenderam”.
Jornal da Tarde (SP)
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