O abandono escolar no ensino médio, muitas vezes reflexo da necessidade de entrada no mercado de trabalho, da grande defasagem idade/série e de alunos desestimulados, é maior entre os estudantes do Nordeste.
Entre os dez Estados com maior índice de abandono, sete são dessa região -dois são do Norte (Pará e Amapá) e um do Sudeste (Rio). Na rede estadual de Alagoas, a taxa de abandono chegou a 21% em 2010, a maior do Brasil.
O secretário de Educação, Adriano Soares da Costa, diz acreditar que o abandono ocorre porque faltam sistema de transporte e prédios com boa infraestrutura. Segundo ele, greves e ausência de alguns professores também desestimulam os alunos.
Com o objetivo de tentar minimizar o problema, no ano passado foi implantado, com o apoio do MEC e do Pnud (programa das Nações Unidas), o Geração Saber, que destina verbas para a melhoria da qualidade do ensino e da infraestrutura.
O secretário afirma ainda que uma prova estadual será aplicada em todos os alunos para identificar deficiências. No Pará, onde o índice de abandono é de 20,8%, uma prova anual para avaliar os alunos também deve ser adotada a partir de 2012.
Segundo Nilson Pinto, secretário da Educação, o problema acontece devido à má qualidade do ensino, às constantes greves e ao fato de muitos alunos chegarem com idade avançada ao ensino médio, o qual precisam abandonar para entrar no mercado de trabalho.
Um currículo pouco atrativo para alunos que já trabalham e frequentam o ensino médio no período noturno é um dos motivos apresentados pela secretária Betânia Ramalho, do Rio Grande do Norte, onde a taxa é de 20,4%. Segundo ela, haverá uma reforma curricular para integrar o ensino médio à formação profissionalizante.
Uma reforma no ensino médio também será usada, segundo o secretário Afonso Scocuglia, para melhorar o índice na Paraíba, de 20,3%.
Folha de São Paulo (SP)
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