Com o intuito de ensinar de forma mais divertida e aprofundada os alunos superdotados da rede pública, o Instituto Lecca - organização sem fins lucrativos - investe desde 2003 em uma rica programação extracurricular.
Com o apoio da Secretaria estadual de Educação, a instituição foi idealizada por Luis Eduardo da Costa Carvalho, presidente do Grupo Financeiro Lecca e seleciona anualmente 24 entre três mil candidatos, entre 8 e 9 anos, por meio de testes de lógica, português e matemática. O objetivo é prepará-los para colégios de excelência como CAP da Uerj e Colégio Pedro II.
As aulas acontecem diariamente e contam com a supervisão de três psicopedagogas e duas professoras. Os alunos passam por um preparatório de dois anos e têm um índice de aprovação de 80%. Segundo a superintendente do instituto, Maria Clara Sodré, no último concurso do Colégio Pedro II, dos 12 primeiros colocados, nove eram do Lecca.
- Aliamos à rotina de estudos, 40 minutos de jogos, lanches e passeios. O nosso objetivo é dar mais conhecimentos a essas crianças - explica a superintendente.
A intensa rotina de estudos também é enfrentada pelos pais. Muitos conseguem conciliar as duras jornadas de trabalho com as idas até o Instituto Lecca, no Centro.
O segurança Almir da Silva Rodrigues, pai de Nícolas, de 9 anos, ambos moradores da Rocinha, conduz o filho diariamente das 12h30m às 17h, após trabalhar das 19h às 7h. O segurança fica esperando pelo filho todas as tardes:
- É um cansaço fora do normal, mas tenho certeza que vai valer à pena.
Já Josilane Andrade, mãe de Carolina, de 11 anos, conta com a ajuda de Maria da Penha Mendes, mãe de Joyce, de 10. Ambas residem em Copacabana e fazem rodízio para levar as filhas.
- Eu fiquei desesperada quando ela ganhou a bolsa. Como trabalho em hotel, e a rotina é bem intensa, usava o horário do almoço para levá-la até o Centro. Alguns meses depois tive a sorte de conhecer a Josilane, que mora em Copacabana como eu e, desde então, consegue trazer as meninas - lembra Josilane, que aproveitou para ressaltar que os pais devem desembolsar cerca de R$200 por mês para a passagem.
Fonte: O Globo (RJ)
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