quinta-feira, 28 de julho de 2011

Educação no Brasil - tragédia ou desafio?

A Educação para o bem-estar de uma nação é a chave de ouro. No Brasil, embora a política educacional tenha mudado nas últimas décadas, ainda está longe de ser satisfatória. Há planos, projetos e discursos, mas pouca praticidade. O país não leva a Educação a sério, considerando ser política de segundo plano, embora nas campanhas eleitorais seja alardeada como prioridade.
É um país que paga mal os professores, oferece ensino de má qualidade (Segundo o MEC, 91% dos estudantes terminam o ensino fundamental sem saberem ler, compreender e interpretar um texto básico. Isto é triste), não cumpre metas e, com isso, fica estagnado, com elevado índice de violência e desemprego.
O Brasil se atrasou, historicamente, em relação a outros países que haviam feito seu dever de casa há muito tempo - como os EUA - ou se dedicaram intensamente à Educação nas últimas décadas - com destaque para alguns países asiáticos. Estudos apontam que no começo da década o número médio de Escolaridade da população economicamente ativa dos países de língua inglesa, por exemplo, com destaque para os EUA, era o dobro em relação ao Brasil.
Há, no mundo, outros exemplos de países que venceram o atraso, a derrocada, com a implantação segura de eficiente política educacional.
Um exemplo é a China, antes considerada uma das nações mais atrasadas do mundo, com imensa população e o ensino de baixa qualidade, o país sofria um caos.
Hoje, entre os 65 participantes do Pisa (exame internacional de avaliação de alunos de 15 anos de idade), a China alcançou o primeiro lugar com 556 pontos, nos testes de conhecimentos em leitura, matemática e ciências. Isso não é milagre, mas o esforço consciente de um país que deseja avançar no mundo, em termos de desenvolvimento e qualidade de vida.
O Brasil, nessa mesma pesquisa, aparece em 53º lugar entre os 65 participantes, atrás de países como Chile, Colômbia e Trinidad e Tobago. Isso representa, no cenário nacional, para os governantes, uma tragédia ou um desafio? Sabe-se que crescendo devagar, sem política sólida no campo educacional, será difícil chegar perto das nações mais desenvolvidas. É urgente priorizar a Educação.
Então, o Brasil precisa avançar. E o avanço depende, também, do aumento dos recursos para a área e da boa gestão dessas verbas. Até 2014, uma meta possível é a ampliação do investimento para 7% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Brasil investe na Educação básica cerca de US$ 1.500 por aluno/ano. Países vizinhos como Chile e México, investem US$ 2 mil; já a Comunidade Europeia, US$ 6 mil. A gestão da Educação, que vai do secretário de Estado aos profissionais das instituições de ensino, precisa ser aprimorada.
Recentemente, pesquisa realizada pela Consultoria Mc Kinsey & Company, que assessora empresas e governos, concluiu que todos os países, ricos ou pobres, localizados em qualquer canto do mundo, podem conquistar uma Educação de excelência. Para tanto, eficientes políticas devem ser adotadas, em prol do crescimento e desenvolvimento nacional.
A história do Brasil tem sido demarcada pela injustiça social e pela concentração de renda, fatores que distanciam a maioria da população do acesso à Educação básica e superior e, portanto, levam à desvantagem na busca do emprego e de condições melhores de vida, elementos básicos para o exercício da cidadania.
Agora, é preciso dizer se o país deseja continuar patinando com o baixíssimo nível educacional ou se decide a ingressar de vez na economia do conhecimento que se desenha há séculos e da qual optou ficar fora.
Para se tornar uma sociedade avançada é fundamental garantir recursos orçamentários e financeiros crescentes para a Educação, bem como manter e ampliar as políticas de universalização da Educação básica, com programas como o Piso Salarial Nacional digno para os profissionais da esfera pública que nela trabalham. Inconcebível um país pagar mal a seus professores.
De igual modo é preciso incentivar e consolidar o ensino profissional, aumentando significativamente a oferta de técnicos e tecnólogos, assim como manter e ampliar as políticas de incentivo às universidades públicas, centros de pesquisa e de produção de conhecimento. Para isso, é imperativo expandir as redes dessas instituições, garantindo-se a democratização do acesso, a melhoria das condições de permanência dos estudantes e a assistência estudantil.
Nesse contexto, é essencial valorizar os professores e técnico-administrativos que trabalham na Educação, devidamente qualificados e, no caso de instituições públicas, contratados por concurso público.
No Brasil, as soluções caseiras ou de pouca densidade não irão modificar o melancólico quadro educacional. Convém à nação brasileira se espelhar nas soluções encontradas pelos países que se encontram à frente. Seguramente os exemplos darão novo direcionamento à Educação, com políticas capazes de elevar o nível educacional da população. Crescer é preciso. Educar, uma prioridade.
Assim, espera-se que o novo Plano Nacional de Educação 2011-2020, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), em dezembro passado, agora em avaliação no Congresso, possa ser mais efetivo do que o anterior, que teve apenas um terço de suas metas cumpridas, promovendo, assim, uma aceleração no enfrentamento dos atuais desafios.
Por fim, entende-se ser imprescindível que os recursos para a Educação não sejam submetidos a restrições, cortes ou contingenciamentos, ao sabor da conjuntura e de eventuais desequilíbrios tributários decorrentes da apropriação crescente da renda nacional por interesses particulares.
É, portanto, dever do Governo e do Congresso Nacional garantir os recursos necessários à Educação. Conclama-se, por meio desse artigo, toda a sociedade a se engajar nesta luta importante para o país. Educação É PRIORIDADE Nº 1.
A Gazeta (AC)

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