Estampar o Ideb na porta das escolas pode ter o efeito de um alarme ou daquelas luzes de emergência que piscam incessantemente, alertando para o perigo e anunciando que algo precisa ser feito. Pode também ser um alento, quando a nota é boa e alunos e professores estampam o orgulho de um índice acima da média.
Desde que foi implantado, em 2007, o Ideb vem ganhando espaço em avaliações e pesquisas na área de Educação. O recente Plano Nacional de Educação, que tramita no Congresso Nacional, incluiu entre as 20 metas um item diretamente relacionado ao Ideb: o Brasil deve alcançar nota 6 nos anos iniciais até 2022. Ou seja, a sociedade brasileira, se pretende realmente cumprir o plano, tem uma década para incrementar de fato o desempenho em sala de aula.
O Ideb colocado em um cartaz ou outdoor para que todos o conheçam, para que se torne um objeto público, é mais eficaz se estiver acompanhado de reflexão. O “constrangimento” que a placa provoca pode ser positivo ou negativo: depende de como se interpreta e se lida com esses números na escola.
Gestores, professores, alunos e familiares teriam de enxergar a nota como uma possibilidade de mudança, como desafio, e não desestímulo, conscientes de que o Ideb é apenas uma parte de um todo maior e complexo.
O índice é informação pura, um número exato que precisa ser colocado dentro de um contexto para não se transformar em uma equação dificílima que termina em desestímulo e sensação de impotência.
A discussão em torno da placa é interessante porque escancara uma das principais avaliações da Educação brasileira. Mas certamente ninguém pretende que os estudantes fiquem cabisbaixos e desistam de aprender porque estão em uma escola ruim, que não vai bem no ranking. Por isso, é importante ter cuidado com o número isolado.
Zero Hora (RS)
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