Agendada pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais (Inep) para ter sua primeira edição no próximo mês de
agosto, a Prova Nacional de Concurso para Ingresso na Carreira Docente ainda
não tem questões suficientes ou matriz de referência aprovada. O Ministério da
Educação anunciou o teste em 2010 como forma de auxiliar os municípios na
seleção de professores.
A prova deveria ser anual e utilizada
pelas prefeituras que tivessem interesse – assim como o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) é usado pelas instituições de ensino superior em vez de
terem seus próprios processos seletivos. A proposta, do ex-ministro Fernando
Haddad, foi pensada após diagnóstico de que os concursos para professores eram,
em geral, mal elaborados, mais voltados para questões formais e jurídicas do
que para privilegiar a experiência docente.
Com a entrada de Aloizio Mercadante
no lugar de Haddad e a consequente mudança de comando no Inep, não houve mais
divulgação de informações sobre o concurso. Um edital para contratar
profissional para validação da Matriz Referencial já foi publicado três vezes
no site do órgão. A última dava prazo para inscrição até o domingo passado, 6
de maio, e de execução em 360 dias, ou seja, a prova não será mais realizada em
2012 ou em menos de um ano.
Questionado pelo iG, o Inep informou
que a data de aplicação da prova será discutida em reunião do Comitê de
Governança nesta terça-feira. Além da validação da matriz é necessária a
elaboração e pré-testagem de mais itens para composição do banco de questões.
“Importante destacar que o número de itens existentes no inicio de 2012 não era
suficiente para atender os objetivos da prova”, destacou a área técnica em
nota.
A ex-presidenta do Inep, Malvina
Tuttman, afirma que quando deixou o governo o cronograma estava em dia para que
a prova fosse aplicada em agosto. “Pode ter acontecido algo que tenha
inviabilizado, eu não tenho mais as informações. Mas para a prova sair este ano
o edital tinha que estar na rua ou estar na fase de adesão dos municípios”,
diz.
Segundo ela, a atual Matriz de
Referência com os temas para serem avaliados, foi discutida coletivamente entre
entidades e governo. “Quando eu conversei com o já ministro Mercadante ele
disse que tinha interesse na total agilidade da prova”, disse.
“Considero importante e urgente a
realização da prova. Garantirá profissionais que apresentam o essencial, pelo
menos o básico para se habilitar a ser professor”, diz a ex-presidenta.
Fonte: iG
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