Escolas particulares e públicas do
Brasil têm pela frente um desafio com prazo definido: tornar o ensino médio,
hoje marcado por índices significativos de evasão e reprovação, novamente
atraente aos estudantes. A partir de 2013, as instituições devem começar a
colocar em prática as diretrizes de uma resolução do Conselho Nacional da
Educação (CNE), que propõe mudanças envolvendo interação entre disciplinas e
uma Educação mais voltada à realidade dos alunos.
No Estado, a Secretaria da Educação
(SEC) começou neste ano a implementar na rede pública um modelo de ensino
politécnico, em que se pretende usar o mundo do trabalho como eixo para o
ensino das disciplinas tradicionais. A decisão gerou controvérsia entre
representantes de professores e especialistas, que acusaram a SEC de afastar os
estudantes de dimensões mais humanas da Educação.
As mudanças foram debatidas em um
encontro ontem em Porto Alegre. Promovido pelo Sindicato do Ensino Privado
(Sinepe/RS), com a presença do presidente da Câmara de Educação Básica do CNE,
Francisco Cordão (leia entrevista ao lado). A ideia é que haja uma
flexibilização dos currículos Escolares, permitindo que as Escolas encontrem
formas de aproximar o conhecimento da vida dos estudantes.
– O ensino médio não está atendendo às expectativas dos
alunos. O conhecimento não é estanque, é global, mas o nosso currículo ainda é
estanque – explica Cordão.
Escola de Viamão aplica metodologia inovadora
No Instituto Marista Graças, Escola
particular de Viamão, na Região Metropolitana, os alunos convivem desde 2009
com um jeito diferente de aprender. Implantado antes apenas em uma turma do 3º
ano do ensino médio, o projeto Contextura hoje é aplicado nas turmas de todos
os níveis. A partir de um grande tema, os estudantes constroem uma pesquisa que
envolve conhecimentos de todas as disciplinas.
– Eles têm uma situação-problema e
têm de construir uma solução. É uma construção que dura o ano inteiro e todas
as disciplinas contribuem de alguma forma – detalha a coordenadora pedagógica
do ensino médio, Cíntia Bueno Marques.
Fonte: Zero Hora (RS)
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