Percebemos que há hoje um movimento
da escola em busca da parceria com os pais dos alunos, o que já não era sem
tempo, pois existem pesquisas mostrando claramente que o envolvimento dos pais
na vida escolar do aluno produz melhorias nos resultados da aprendizagem.
Se observarmos os alunos que têm
sucesso na vida escolar, vamos ter como um dado preponderante a participação e
o envolvimento dos pais em todas as etapas da sua vida escolar, desde a
educação Infantil, passando pelo ensino fundamental, até chegar ao ensino
médio, principalmente na mudança de um ciclo para o outro.
A comunicação dos pais com a escola
nesses momentos mostra ser eficaz e muito importante para que o aluno se adapte
às mudanças com mais facilidade e rapidez, sentindo-se mais seguro
proporcionalmente ao envolvimento da família com a escola. Conforme os ciclos
escolares mudam, o aluno vai se aproximando cada vez mais da adolescência e
começando a se afastar do ambiente familiar.
O aluno passa, então, a criar
vínculos e a identificar-se com grupos de amigos da mesma idade, além de
construir barreiras para se proteger. Neste momento, é de extrema importância
que a comunicação e a confiança entre escola e família sejam coordenadas, pois
só assim esse aluno passará por essa fase de uma forma mais tranquila.
Isso fará com que ele se concentre
mais em seus estudos, tendo o mínimo possível de interferência das inseguranças
que o cercam. Iniciativas da escola em busca da construção do respeito e da
confiança entre os profissionais da escola, a família e a comunidade são
ferramentas eficazes na criação de relações sustentáveis de suporte à
aprendizagem dos alunos.
Uma pesquisa da Unesco sobre
experiências de Interação Família e escola constatou que os três efeitos mais
importantes da aproximação com as famílias nas experiências constatadas foram:
a incorporação das aprendizagens obtidas no contato com as famílias dos alunos,
de modo a reorganizar práticas de gestão e pedagógicas; a ampliação da
participação das famílias na vida escolar dos alunos e na relação com os
agentes escolares; e a articulação de programas e instituições para ajudar a
escola a apoiar os alunos em situação mais vulnerável.
A vida familiar e a vida escolar são
simultâneas e complementares para a construção do indivíduo e não há como
separá-las ou ignorar uma ou outra. É importante que pais, professores,
filhos/alunos compartilhem experiências, entendam e trabalhem as questões
envolvidas no dia a dia, sem se culparem pelos fracassos no caminho, mas, sim,
compreendendo as dificuldades que cada um enfrenta na resolução dos problemas,
tanto familiares quanto escolares.
Márcia Rodrigues dos Santos, pedagógica e professora, in:
Folha de Boa Vista (RR)
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