quarta-feira, 30 de maio de 2012

Educação e empregos

As notícias que comparam a aceleração da economia brasileira e a crise dos países europeus deve ser considerada com cautela por aqueles que pensam que estamos numa situação privilegiada. Na verdade, numa economia globalizada não há o que comemorar. A ordem econômica é sistêmica e contingencial. Temos que agir com respeito e cuidado para não sofremos, muito em breve, os efeitos diretos daquilo que afeta os vizinhos. Nosso telhado é de vidro.
O perigo começa quando consideramos a baixa qualificação profissional da grande maioria da mão de obra brasileira, ao contrário de muitos estrangeiros que pensam em novas oportunidades de trabalho no Brasil. Quem não se lembra das ondas de estrangeiros que vieram ocupar fazendas de café e de cana-de-açúcar, por exemplo? Vieram e se afirmaram nos dando lições de dedicação, determinação e trabalho. Hoje, a mão de obra europeia desempregada é de jovens qualificados que podem ocupar postos de trabalho nas áreas de tecnologia da informação, comércio e gestão de negócios, entre outros campos. Na encruzilhada dos caminhos que temos para seguir, infelizmente, deparamo-nos com o obstáculo na Educação. Ao longo dos anos, tratada como produto de menor importância, ela deixa-nos fragilizados no momento em que poderíamos mostrar forças e competências para maior e melhor competitividade.
Mas, ao contrário, ainda estamos engatinhando na construção de uma Educação que possa despertar cérebros e habilitá-los para posições estratégicas para a indústria fina e de ponta. Nada disso! Os modelos educacionais vigentes, na grande maioria, ainda estão na fase do preparo de mão de obra para atividades operacionais, isso é, facilmente substituíveis. Lamentável! Comemoramos o incentivo do governo para que nossos jovens possam estudar em universidades estrangeiras. Há muito tempo exportamos estudiosos, cientistas, Professores, pesquisadores, artistas e outros que não voltaram. Quando, então, poderemos representar a referência na Educação como atrativo para a formação de mentes nacionais e estrangeiras? Estamos longe dessa possibilidade.
Temos alguns programas de intercâmbio, mas ainda não somos cobiçados no campo da excelência. Somos poucas as instituições de renome internacional. A Universidade de São Paulo (USP) é uma delas. Algumas instituições se destacam em número de Alunos matriculados, mas não, ainda, em qualidade. Essa diferença pode significar muito numa disputa de competitividade e de oportunidades de trabalho. Nossa vacina de prevenção contra problemas futuros se concentra em investimento sério, profundo e contínuo em Educação. O discurso e os esforços devem, necessariamente, ser compatibilizados e firmados por princípios e propósitos que integrem as aspirações dos Alunos, dos Professores, da administração Escolar e da sociedade com vistas ao melhor para o país. Por enquanto, a dicotomia é profunda.
Fonte: Estado de Minas (MG)

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