segunda-feira, 21 de maio de 2012

O nível da educação no Brasil

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) é hoje o principal exame para medir a qualidade da Educação no mundo. As provas são aplicadas a cada três anos, desde 2000. Os resultados de 2009, sua última edição, mostraram o Brasil em uma situação delicada: no 53º lugar entre 65 países.
Com 401 pontos (em uma escala que vai até 800), o Brasil ficou - na última avaliação - bem abaixo da média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (496) e atrás de Trinidad e Tobago, Bulgária, México e Turquia. Contudo, mesmo negativado, o resultado representou uma evolução significativa. Pois em relação ao ano de 2006, o Brasil subiu 33 pontos, uma melhora que só foi menor do que as do Chile e Luxemburgo. Em 2000, o país amargou a lanterna na classificação, que na época incluía 45 nações.
O Pisa é um programa internacional que avalia sistemas educacionais de 65 países, incluindo o Brasil. Nessa avaliação, examina o desempenho de estudantes na faixa-etária dos 15 anos, idade média do término da Escolaridade básica obrigatória na maioria das nações. O indicador é desenvolvido e coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
As questões importantes que deseja saber: a) Se os estudantes estão preparados para os desafios do futuro; b) Se os Alunos conseguem refletir, argumentar e se comunicar com eficiência; c) Se os estudantes têm capacidade de continuar aprendendo por toda a vida. Essas são algumas das questões que o Pisa (Programme for International Student Assessment), programa de avaliação internacional de estudantes, em tradução livre para o Português, pretende responder.
O Pisa, hoje, avalia três áreas do conhecimento: Leitura, Matemática e Ciências. Os resultados são classificados em seis níveis, sendo 1 o pior e 6 o melhor. Em Leitura, apenas 0,1% dos estudantes brasileiros alcançaram o nível 6, enquanto em Ciências nenhum estudante alcançou esse nível. Em Matemática, o resultado brasileiro, 386 pontos, ficou abaixo até da meta estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC), de 395.
Entre os estados brasileiros, o melhor resultado foi do Distrito Federal, com média geral de 439 pontos, seguido por Santa Catarina (428), Rio Grande do Sul (424), Minas Gerais (422) e Paraná (417).
A próxima edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que será realizada em setembro de 2012, acontecerá sob novos moldes. Isso porque está prevista a aplicação de uma prova eletrônica, diferente daquela em papel, para uma subamostra de 256 Escolas brasileiras (a amostragem total da avaliação é de 25 mil Alunos, o que envolve 902 Escolas).
Em países no exterior, a Finlândia atingiu a marca de 536 pontos em Leitura, 541 em Matemática e 554 em Ciências - média geral de 543 pontos. Entre os 10 países mais bem colocados no “ranking”, cinco são asiáticos (China, Coreia do Sul, Cingapura, Japão e Hong Kong), dois ficam na Oceania (Austrália e Nova Zelândia), um nas Américas (Canadá) e dois na Europa (Finlândia e Holanda).
Nas últimas décadas, o Brasil tem executado diversas avaliações visando o mapeamento da atual situação educacional no país, em todos os níveis de Ensino. Na Educação Básica há a PROVINHA, a Prova Brasil e o Enem aliados ao Censo Escolar. No Ensino Superior tem-se o ENADE aliado ao Censo e à visita in loco de Comissões de Avaliadores. Na pós-graduação tem-se uma série de critérios da CAPES para autorização e reconhecimento dos cursos de pós-graduação.
Essa avalanche de avaliações, determinadas pelo MEC, através do SAEB, intensificam as discussões no campo da avaliação, sejam estas conceituais ou práticas. Com todo esse esforço o país deve encontrar meios eficazes para combater: o índice de Analfabetismo, a evasão Escolar, o despreparo profissional daqueles que chegam ao mercado de trabalho, a formação dos Professores.
Essas questões exigem estudos e pesquisas que apresentem dados consistentes, análises adequadas, favorecendo a conscientização de gestores e Educadores para que sejam tomadas decisões visando modificar o perfil da Educação brasileira. O Professor, como “Educador do mundo”, deve ser pessoa disciplinada, bem preparada, ética, responsável, educada, um exemplo para aqueles que passam por suas mãos. Sem que o Professor possua essas qualidades nenhuma política educacional prospera.Então, em primeiro lugar, vem a qualidade, qualificação, perfil, dos profissionais em Educação. O Brasil precisa adotar política rígida para aqueles que desejam ser Professores. São estes profissionais que preparam todos os outros no mundo inteiro. Saber selecionar e preparar bem os Educadores é tarefa urgente ao Brasil.
Luísa Galvão Lessa, Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia, Doutora em Língua Portuguesa, in: A Gazeta (AC)

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