quarta-feira, 2 de maio de 2012

Mostrando a Língua - 44

Salve, queridos diqueiros! 

Tomara que tenham um reflexivo dia do trabalhador.

Aliás, Afonso Guedes, nosso diqueiro e importante homem de TV, enviou rápida e inspiradora consulta sobre a nomenclatura dia do trabalho (veiculada pela globo) e dia do trabalhador. Qual seria a correta?

Explico: se temos dia do médico, dia do professor, dia do farmacêutico, dia do publicitário e outros tantos dias, nomeando a categoria, por que no caso no trabalhador há essa metonímia? Arrisco-me a afirmar que, mais uma vez, a questão ideológica define o uso, não é? Parece que o estado e as mídias ignoram seu significado histórico, relegando a segundo plano o caráter combativo e classista que a data deveria ter. Não se trata apenas de mais um feriado, ora!

Desde 1889 a Segunda Internacional Socialista decidiu, em Paris, homenagear os trabalhadores por suas lutas no evento de Chicago, envolvendo policiais e que acabou com tantas vidas.

No Brasil, a data começa a ser comemorada a partir de 1925.

Pois bem: ainda hoje, os interesses das corporações optam por afirmar que as nomenclaturas são equivalentes e que se pode empregar uma pela outra.

Não é verdade! A expressão dia do trabalho é oficialesca e representa a prevalência da ação (trabalho) em detrimento do sujeito que realiza esta ação (trabalhador). Esta perspectiva é positivista demais, gente! É óbvio, na confusão de nomenclatura, o conteúdo ideológico de esvaziamento do sentido histórico do termo trabalhadores.

Ui, cansei vocês!

Perdoem esta trabalhadora da educação que aproveita o espaço para protestar com tanta veemência, sim?

Grande abraço,

Edinalda

Nenhum comentário:

Postar um comentário