Implantado em dez Escolas estaduais
do Pará, o sistema de ensino em tempo integral, no qual os alunos ficam no
ambiente Escolar das 7h30 às 17 horas, dá sinais de que poderá ser o projeto
modelo no Estado. Essa possibilidade pode ser avistada em um dia inteiro de
atividades na Escola "Ruy Paranatinga Barata", que fica no conjunto
Paraíso dos Pássaros, no bairro da Divina Providência, em Belém, situada em uma
zona considerada de risco social para os alunos, o que torna o estabelecimento
de ensino um ponto estratégico para o teste da eficiência do novo modelo. Para
avaliar os entraves e as potencialidades do sistema, O LIBERAL passou um dia na
Escola para acompanhar as atividades, que reúnem 600 alunos do primeiro ao
quinto ano do ensino fundamental menor. Na faixa etária entre 6 e 13 anos, os
discentes não vivem mais um segundo lar na Escola, mas sim um primeiro, já que
passam mais tempo na comunidade Escolar do que na própria casa. Instalado há
apenas duas semanas, o modelo em tempo integral é elogiado por professores,
gestores e, claro, pelos alunos. A questão é se o governo conseguirá levar a
outras Escolas a estrutura e as condições para que o ensino em tempo integral
dê certo não apenas na "Ruy Barata".
Nas dez Escolas incluídas no projeto
há um total de 2,6 mil alunos. Vinculada à Secretaria Adjunta de Ensino, da
Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o sistema visa "melhorar a
formação dos alunos, modificando uma cultura já existente", nas palavras
da diretora de Educação infantil e fundamental da Seduc, Ana Cláudia Hage. Das
dez Escolas, quatro são de ensino fundamental menor, duas de ensino fundamental
maior e três de ensino médio. O último estabelecimento a implantar o sistema
este ano será a Escola de ensino profissional "Juscelino Kubistchek",
que ainda realiza processo seletivo.
A "Ruy Barata", assim como
as demais, foi escolhida por uma série de fatores. "Índices de violência,
repetência, evasão Escolar, disfunção série/idade e Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica (Ideb) baixo são os quesitos que nós avaliamos", listou
a diretora. Atualmente no sistema estadual, a distorção série/idade é de
aproximadamente 32% no ensino fundamental menor, 46% no ensino fundamental
maior e 57% no ensino médio. Em 2013, serão incluídas mais dez Escolas, além do
aumento de turmas nas Escolas onde o projeto já foi implantado. "Estamos
estudando também a implantação de Escolas em tempo integral em Escolas do
interior", adiantou Ana Hage. Para o funcionamento de cada Escola, a Seduc
gasta cerca de R$ 1 milhão por ano, entre estrutura e pagamento do
funcionalismo.
Fonte: O Liberal (PA)
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