Números preocupantes rondam salas de
aulas gaúchas. Depois amargar o topo do índice de repetência no país entre
Alunos do Ensino médio (20,7%), segundo o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inpe), a Educação encara o pífio percentual de 7,5% de
aprovação no concurso público que seleciona os Professores para toda a rede
estadual.
Com isso, quase a metade das 10 mil
vagas oferecidas ficará ociosa, obrigando a Secretaria de Educação do RS
(Seduc) a abrir um novo processo seletivo – tão rigoroso quanto o primeiro,
assegura o governo.
A lista dos aprovados foi divulgada
na manhã de ontem, causando consternação entre os gaúchos. Depois de sete anos sem
abrir uma seleção para novos Professores, os resultados colocaram toda a rede
de Ensino em alerta. Foram apenas 5.221 aprovados entre 69.150 candidatos. No
último concurso realizado no Estado, em 2005, 33.287 pessoas foram aprovadas,
quando havia 5.896 vagas disponíveis.
– Estamos surpresos e preocupados,
uma vez que as provas estavam dentro de uma expectativa de dificuldade – relata
o secretário da Educação Jose Clovis de Azevedo.
A inclusão de disciplinas específicas
e a falta de uma rotina de concursos na área são citadas pelo titular da Seduc
como possíveis causas de tamanha reprovação. Azevedo citou também que os
índices de repetência nas Escolas gaúchas estão entre 17% e 22% desde 1975, e
que isso é reflexo de um fracasso do objeto de trabalho dos Professores, que é
ensinar.
–
Isso nos leva a uma reflexão sobre a formação desses Professores em nossas
instituições de Ensino Superior – analisa.
Nível de exigência gera polêmica
Candidata a uma vaga no magistério,
Ana Paula da Costa, 29 anos, relatou não ter achado a prova difícil, mas
criticou a pontuação mínima para classificação, que considerou muito alta. Na
avaliação da pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas Regina Pacheco esse é
justamente o fator mais positivo nesse índice. Nivelar por cima a pontuação dos
candidatos é garantir que chegarão às salas de aula profissionais mais
qualificados, diz, e avalia que os concursos de magistério deveriam, de uma
forma geral, exigir mais.
– Aumentar a exigência através de
conhecimentos específicos permite avaliar melhor, mas, claro, demanda um
período de adaptação – argumenta, justificando o baixo índice.
Já o Professor da Universidade
Federal do Pernambuco Mozart Ramos avaliou os números do concurso gaúcho com
incredulidade:
– Enquanto não colocarmos a Educação
como prioridade não teremos condições de sustentar o crescimento do país.
Fonte: Zero Hora (RS)
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